A MISSÃO SECRETA DE PEDRO
PEDRO EM ROMA: DISFARÇADO OU EM MISSÃO SECRETA?
O maior de todos os mitos já pregados pela Igreja Romana diz respeito ao suposto primado que Pedro exercia sobre os demais, em Roma. Tal conceito simplesmente não existe nas Escrituras pelo simples fato de que não passa de mais uma mitologia católica com o único intuito de lançar mão de sua soberania como a suposta “Igreja de Cristo” cujo pontífice é o representante intitulado por Cristo na terra. Por isso, preferiram escrever nas cartilhas da missa que o papa é o “vigário de Cristo” do que mostrar aos seus fies que isso é algo malignamente antibíblico e cheio de mentira e engano.
Qualquer criança que leia o livro de Atos (ou qualquer outra epístola) percebe como é gritante o fato de que Pedro, realmente, jamais presidiu a Igreja, não exercia primado nenhum sobre os demais apóstolos e presbíteros, a Igreja não tinha sede em Roma e, finalmente, se tal apóstolo esteve realmente em Roma então deveria estar disfarçado, invisível, incógnito ou (mais provavelmente ainda) em uma Missão Secreta. Quer seja qualquer uma destas posições, o fato é que é preciso muito mais do que um verdadeiro milagre para incluir Pedro nas Escrituras como a rocha que fundamento da Igreja com sede em Roma.
Sem procurar debater mais exaustivamente quanto ao texto amplamente utilizado (e, obviamente, cortado pela metade para enganar os mais ingênuos) de Mt.16:18 (que será refutado amplamente em outra oportunidade), procurarei mostrar aqui provas bíblicas de que Pedro nunca, jamais, em circunstância nenhuma e sob hipótese alguma foi papa (e muito menos em Roma). A primeira parte deste estudo que estaremos realizando se passará mais especificamente na Sagrada Escritura contra o “primado” Romano, e em outro tópico trataremos das Provas Históricas (fora das Escrituras) provando que não existia primado nos primeiros séculos.
Prepare a pipoca e o refrigerante porque o que será apresentado a seguir pode ser cansativo, de tão extenso e gritante que são os argumentos escriturísticos que contradizem o que o Catolicismo insiste em passar para os seus fieis que, na maioria das vezes, infelizmente não leem a Bíblia Sagrada para ver como o primado de Pedro em Roma não passa da maior fraude e lenda que já existiu de todos os tempos. Aproveite a leitura. Começaremos este estudo do primeiro ao último capítulo do livro de Atos (escrito por Lucas) e passaremos em seguida às demais epístolas (incluindo a do próprio Pedro, é claro). Como disse que iria começar desde o primeiro capítulo, então vamos lá:
“Mas receberão poder quando o Espírito Santo descer sobre vocês, e serão minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judéia e Samaria, e até os confins da terra” (At.1:8)
Logo no primeiro capítulo do livro de Atos vemos Nosso Senhor Jesus Cristo afirmando aos seus discípulos precisamente onde eles seriam testemunhas. Como o evangelho deveria, evidentemente, ser pregado “a toda criatura” (Mc.16:15), então ele [Jesus] afirma que ele seria anunciado até aos “confins da terra” (At.1:8), generalizando. Mas perceba que existem precisamente três locais nos quais ele NÃO generaliza e passa os seus devidos nomes: Jerusalém, Judéia e Samaria. Ora, por que estes três são nominalmente mencionados e as outras localidades são incluídas apenas na “generalização”?
É evidente que é porque estes seriam os primeiros centros do evangelho à sua época. Se Roma tivesse a função de ser a sede do episcopado papal, então certamente não poderia deixar de ser mencionada nominalmente em um dos primeiros lugares. Afinal, ela seria nada a mais nada a menos do que a principal sede de todo o centro do Cristianismo! A História Cristã estaria centralizada em Roma (como pregam os católicos) e, portanto, a sua omissão seria algo muito, muito estranho. Se você fosse centralizar a sua empresa em São Paulo, você certamente mencionaria nominamente ela aos seus funcionários.
Você não iria dizer apenas “Rio de Janeiro” e “Belo Horizonte” sem mencionar a principal sede de sua empresa. O primeiro lugar a ser mencionado por você seria obviamente a própria sede da empresa (São Paulo). Da mesma forma, se Cristo na sua sabedoria soubesse que Roma seria a sede do cristianismo, então não poderia deixar de dizer que eles seriam suas testemunhas “em ROMA, Jerusalém, e em toda Judéia e Samaria...”. A omissão de Roma neste verso nos mostra que ela NÃO teria algum tipo de prioridade sobre Judéia, Samaria ou outras localidades, contrariando diretamente a Igreja Católica ROMANA...!
Mais à frente, no capítulo 8, lemos que como consequência da perseguição instituída contra os cristãos, “todos, exceto os apóstolos, foram dispersos pelas regiões da Judéia e de Samaria” (At.8:1). Ou seja, nem Pedro e nem qualquer outro apóstolo saiu de Jerusalém, com direção a Roma ou a qualquer outro lugar. Isso nos mostra que os apóstolos permaneceram em Jerusalém. Pedro continuou em Jerusalém, pois os apóstolos não foram dispersos! Contudo, depois que Samaria ouviu os evangelhos, os apóstolos (e não Pedro) tomaram a decisão de levar Pedro e João para lá a fim de pregarem também lá o evangelho de Deus:
“Os apóstolos em Jerusalém, ouvindo que Samaria havia aceitado a palavra de Deus, enviaram para lá Pedro e João” (At.8:14). Aqui vemos algo bem interessante: Não foi Pedro [papa(?)] que enviava os seus “súditos”, mas ele próprio que recebia ordens e instruções dos demais. Se Pedro fosse o líder da igreja, como poderia, ele próprio, ser enviado para Samaria com João, pela igreja, em lugar de estar ele à frente enviando missionários? Isso nos mostra claramente que Pedro não era de longe algum tipo de “mandatário” ou “líder” da Igreja exercendo uma primazia sobre os demais. Tal conceito católico é ferrenhamente contra as Escrituras.
Mas, depois, será que Pedro passou a assumir o seu cargo episcopal em Roma? Na verdade, não. Infelizmente, ele voltou para Jerusalém mesmo: “Tendo testemunhado e proclamado a palavra do Senhor, Pedro e João voltaram a Jerusalém, pregando o evangelho em muitos povoados samaritanos” (At.8:25). Bom, infelizmente nos parece que Pedro voltou a Jerusalém mesmo e sem pregar o evangelho em Roma...! Aliás, nem mesmo os próprios católicos conseguem se entender com relação ao primado pedrino. É certo que Pedro foi morto em 67 ou 68 d.C. no período de Nero. Com tal fato ocorrido, os 25 anos que a catequese coloca como o tempo de primado de Pedro não é paralelo com o primeiro Concílio o qual participou.
Subtraindo a data do reinado de Nero pelo “reinado” de Pedro (67 ou 68 - 25 = 42 ou 43) veremos claramente, que em 42 ou 43 d.C. não havia ocorrido o Primeiro Concílio, em Jerusalém, que ocorreu entre 48 e 49 d.C. Mas algum católico ainda poderia querer argumentar que Pedro voou direto para Roma para cumprir os seus tais 25 anos de papado... mas infelizmente não existiam teletransportadores na época para isso e a Bíblia afirma que quando ele saiu novamente de Jerusalém não foi com direção a Roma: “Viajando por toda a parte, Pedro foi visitar os santos que viviam em Lida” (At.9:32). Pedro havia ficado em Jerusalém sem ser disperso pelas nações (At.8:1), mas depois que ele finalmente saiu de Jerusalém ele não foi para o seu lugar como papa em Roma, mas sim “viajando por toda a parte”!
A idéia de que Pedro era o príncipe dos apóstolos com a sua cadeira em Roma é tão ridícula que nem dá graça de ser refutada biblicamente. Ademais, Pedro é relatado indo a muitos lugares. Pedro é mencionado estando em muitas cidades, tais como Jerusalém (At.8:1), Samaria (At.8:25), Lida (At.9:32), Cesaréia (At.10:1), Jope (At.10:5), Antioquia (Gl.2;11), etc. Mas sobre Roma, no entanto, não diz nada?! Ora, como pode uma coisa dessas?! Se Pedro fosse o papa da Igreja em Roma, ali certamente deveria ser o lugar disparadamente mais mencionado onde ele esteve! Imagine, nos dias de hoje, um escritor católico escrever um livro enorme sobre a história da Igreja católica e nem falar sobre o papa e muito menos falar da “sede” da Igreja!
Tal “católico” seria no mínimo alguém extremamente ingênuo, pois, na verdade, é impossível algum católico escrever um livro tão grande sobre a Igreja Católica e não falar sobre Roma, até porque o nome (Romana) está no próprio título da Igreja deles! Um escritor católico JAMAIS iria deixar de mencionar Pedro indo a Roma caso ele de fato estivesse lá, ainda mais se ele tivesse um papel tão elevado e importante na comunidade cristã ao ponto de exercer o “primado” papal sobre os demais. Por que Lucas “o historiador” não se preocupou em registrar nada sobre o “príncipe dos apóstolos” e seu episcopado em Roma, pelo contrário voltando-se quase exclusivamente ao ministério de Paulo?!
Se Pedro e não Paulo fosse o líder dos cristãos, então Lucas se voltaria para o ministério de Pedro tanto quanto ou muito mais do que o do nosso amigo Paulo. O que vemos, no entanto, é exatamente o INVERSO disso, pelo simples fato de que Pedro não exercia nenhum cargo episcopal nem era superior aos demais (muito menos mandava em Paulo – Gl.2:14). O papel de Pedro era no mesmo patamar dos demais e o ministério de Paulo era tão mais relevante que fez Lucas se preocupar quase exclusivamente com o ministério dele durante a maior parte de seu livro. De fato, podemos até mesmo dividir o livro de Atos em três partes:
Capítulo 1 ao 12 |
Capítulo 13 ao 15 |
Capítulo 16 ao 28 |
Atos dos Apóstolos |
Atos de Paulo e Barnabé |
Atos do apóstolo Paulo |
Essa divisão em três partes está em concordância com aquilo que o seu escritor (Lucas) teve a iniciativa de fazer menção. Se lemos do capítulo 1 ao 12, veremos citações dos primeiros onze apóstolos e mais Matias (junto com Pedro, é claro – mais nunca em Roma...), ao ponto que do capítulo 13 em diante é foco é praticamente inteiramente voltado ao ministério paulino, primeiramente junto a Barnabé e a partir do capítulo 16 sozinho (depois do seu desentendimento com Barnabé, este deixa de ser mencionado até o fim do livro). Tal quadro nos mostra claramente que Pedro:
(1) não exercia um cargo superior aos demais ou a Paulo, pois se fosse assim seria o mais mencionado e haveria alguma menção de sua superioridade papal sobre os demais (algo que não acontece) e ainda seria presumível que o foco fosse nele e não em Paulo durante quase todo o livro de Atos que conta a história da Igreja primitiva; e (2) se Pedro fosse papa em Roma então Lucas certamente teria feito menção de tal fato (de extrema importância) ao invés de se voltar para outros vários lugares por onde ele passou mas sem fazer menção nenhuma de “Roma” do início ao fim de seu livro! Isso é absolutamente inadmissível de ser aturado na teologia católica, senão para aqueles que preferem abandonar a verdade lógica a fim de se voltar para as lendas, por mais fracas que sejam.
Mais interessante ainda e outro fato que nos mostra que Pedro não era papa e muito menos a sua “infalibilidade” era reconhecida pela Igreja (e nem mesmo pelo próprio Pedro), é que enquanto este estava em Cesaréia pregando o evangelho a Cornélio e os de sua casa (ou seja, aos gentios), ocorreu algo relativamente curioso em meio a quando este retornou a Jerusalém: “Os apóstolos e os irmãos de toda a Judéia ouviram falar que os gentios também haviam recebido a palavra de Deus. Assim, quando Pedro subiu a Jerusalém, os que eram do partido dos circuncisos o criticavam, dizendo: ‘Você entrou na casa de homens incircuncisos e comeu com eles’” (At.11:1-3).
Veja que coisa mais interessante. Em primeiro lugar, Pedro novamente voltou a... Jerusalém (é claro) e não a Roma como diz certa lenda que estamos refutando. Em segundo lugar, se Pedro fosse o papa infalível (como a catequese tenta convencer os seus fieis), então ninguém o iria acusar depois que ele houvesse voltado. Afinal, isto seria um exemplo de insubmissão a alguém com autoridade superior e significaria também ser-lhe subalterno. É evidente que tal repreensão a Pedro só poderia acontecer em caso que ele não tivesse um elevado papel de primado e infalibilidade que os outros não detinham. Muito melhor ainda é o que acontece logo na sequência.
Ao invés de Pedro se voltar contra esse exemplo de total insubmissão, o que ele faz é dar cuidadosamente explicações a estes tais “subalternos”: “Pedro, então, começou a explicar-lhes exatamente como tudo havia acontecido” (At.11:4). Veja que ele não os repreende por serem insubmissos a ele e nem mesmo faz uso da sua suposta “infalibilidade” para reforçar o seu “argumento”, mas sim passa-lhes a exaustivamente conceder-lhes explicações acerca do porquê dele ter tomado tal prática contrária àquilo que os circunscisos o atacaram (sem medo, é claro). E, pelo o que vemos, Pedro precisou SE EXPLICAR bastante, porque é somente no verso 18 que os outros, ENTÃO, finalmente ficaram convencidos de que estavam equivocados:
“Ouvindo isso, não apresentaram mais objeções e louvaram a Deus, dizendo: Então, Deus concedeu arrependimento para a vida até mesmo aos gentios!” (At.11:18). Tudo isso seria completamente desnecessário em caso que Pedro já exercesse um primado sobre os demais, sendo o “príncipe dos apóstolos”, autoridade infalível.... etc, etc, etc. O fato é que Pedro não tinha nem mesmo a autoridade final na Igreja primitiva (At.15:13), mas sim os apóstolos (mais tarde chamados também por “presbíteros”), que enviaram Pedro [mandaram a] Samaria (At.8:14) a fim de supervisionar as novas comunidades cristãs. Nisso fica claro que Pedro não era o “mandatário” da Igreja porque não era quem enviava como um líder os demais irmãos para as missões evangelísticas, mas ele mesmo era enviado pelos líderes da igreja.
Perceba também que Pedro não se “auto-enviou”, o texto diz bem claro que ele foi enviado pelos apóstolos que, evidentemente, teriam que ter autoridade tão superior quanto para isso. Ademais, foram os apóstolos que enviaram também Barnabé a Antioquia: “E chegou a fama destas coisas aos ouvidos da igreja que estava em Jerusalém; e enviaram Barnabé a Antioquia” (At.11:22), e foram eles que enviaram Silas e Judas para Antioquia: “Então pareceu bem aos apóstolos e aos anciãos, com toda a igreja, eleger homens dentre eles e enviá-los com Paulo e Barnabé a Antioquia, a saber: Judas, chamado Barsabás, e Silas, homens distintos entre os irmãos” (At.15:22).
Note que claramente não é Pedro diretamente responsável pelo envio dos irmãos (como deveria ser em caso que fosse o “príncipe dos apóstolos”), mas sim três “grupos” aparecem em cena aqui no verso 22: os “apóstolos”, os “anciãos” e “toda a igreja”. Note que não nos é mencionado absolutamente nada de “papa” ou de “príncipe dos apóstolos” ou qualquer outra liderança do tipo que se diferenciasse dos demais ou que tivesse o “poder” da infalibilidade para enviar aqueles homens como a autoridade da Igreja. Isso não existia na Igreja primitiva, mas existe sim na lavagem cerebral que as missas fazem quando repete-se, repete-se e repete-se mais ainda os mesmos conceitos, rezas e mitos, e nessa repetição contínua a mente das pessoas é inteiramente bloqueada para entender a mensagem do evangelho.
Essa tática de verdadeira lavagem cerebral é proposital para deixar a mente dos mais incautos completamente fechada para fatos tão óbvios para quem que analisa honestamente a Sagrada Escritura ao invés de se confiar no que os padres ensinam enganando o povo. Mas, provavelmente, uma das mais fortes provas de que não exercia Pedro nenhum tipo de “primado” (e muito menos em Roma), provém do próprio Concílio de Jerusalém, descrito no capítulo 15 de Atos. O problema é que “alguns homens desceram da Judéia para Antioquia e passaram a ensinar aos irmãos: ‘Se vocês não forem circuncidados conforme o costume ensinado por Moisés, não poderão ser salvos’” (At.15:1), e isso “levou Paulo e Barnabé a uma grande contenda e discussão com eles” (v.2). Então, eles foram levar essa decisão ao papa Pedro, é isso? Bom, você já deve saber a resposta...
“Paulo e Barnabé foram designados, juntamente com outros, para irem a Jerusalém tratar dessa questão com os apóstolos e com os presbíteros” (At.15:2). Aparentemente, eles não foram consultar o nosso papa infalível (que poderia decidir “infalivelmente” a questão), mas sim com os “apóstolos e presbíteros”. Bom, mas pelo menos deve ter sido o nosso “papa” Pedro que deve os ter enviado, certo? Isso é o que nós veremos: “A igreja os enviou e, ao passarem pela Fenícia e por Samaria, contaram como os gentios tinham se convertido; essas notícias alegravam muito a todos os irmãos” (At.15:3).
Mas como pode uma coisa dessas? Bom...... mas pelo menos ainda deve restar alguma “saída” para os católicos, afinal, o nosso papa com certeza deve ter sido nominalmente mencionado por Lucas como o “príncipe dos apóstolos” os recebendo como o representante do corpo dos apóstolos, não é mesmo? Veremos: “Chegando a Jerusalém, foram bem recebidos pela igreja, pelos apóstolos e pelos presbíteros, a quem relataram tudo o que Deus tinha feito por meio deles” (At.15:4). Mas essa “Bíblia” não tem jeito mesmo....! Deve ser por isso que proibiram e reprimiram a sua leitura durante tantos séculos para dar lugar à missa em latim, o que é claramente muito mais importante.
Mas vamos voltar àquilo que realmente interessa. Ora, se Pedro fosse infalível (como a ICAR sonha), então bastaria que a questão fosse levantada a ele [Pedro] que deve ser o único a possuir as tais das “chaves do céu” e – pronto – decidida a questão! Nem seria preciso muita discussão, afinal, o nosso amigo infalível não pode errar mesmo. Mas, infelizmente, nos parece que houve uma grande discussão. Depois que “os apóstolos e os presbíteros se reuniram para considerar essa questão” (At.15:6), “depois de muita discussão, Pedro levantou-se e dirigiu-se a eles” (At.15:7). Ou seja, Pedro só se levantou DEPOIS de muita discussão! Isso nos revela que a questão não foi levada diretamente a ele e nem era algo simplíssimo de decidir como se houvesse alguém com “dons de infalibilidade” na mesa.
Ao contrário, se parece muitíssimo mais com uma reunião democrática onde todos são iguais e não há ninguém infalível ou que tenha uma palavra que esteja isenta de erros. Isso explica o porquê de tanta discussão para se chegar a um veredicto. A questão doutrinária deveria ser analisada e DEBATIDA por todos os apóstolos e presbíteros e não somente por Pedro. Depois de Pedro falar (vs.7 a 10), foi a vez de Paulo e Barnabé terem lugar de palavra neste debate: “Toda a assembléia ficou em silêncio, enquanto ouvia Barnabé e Paulo falando de todos os sinais e maravilhas que, por meio deles, Deus fizera entre os gentios” (At.15:12).
Bom, até aqui vemos que houve muito debate e discussão.... depois Pedro tomou a palavra... e em seguida foi a vez de Barnabé e Paulo mostrarem as suas opiniões e darem os seus testemunhos.... mas a pergunta que fica é: Quem deu a palavra final? Quem presidiu o Concílio? Quem deu o veredicto? A sugestão de quem foi decidida como a própria carta que seria enviada aos gentios? Ora, respondendo a estas perguntas, poderemos saber claramente quem eram este tal que tinha certa “autoridade” dentro da Igreja primitiva cristã. Se Pedro fosse o papa infalível, então certamente seria ele a resposta a todas essas perguntas. Afinal, ele seria a autoridade suprema, o infalível, aquele que tem as “chaves do Reino dos céus”, etc, etc.... e certamente seria ele quem presidiria tal Concílio, como qualquer papa faria hoje. No entanto, a resposta a todas estas questões resume-se a Tiago, e não a Pedro!
“Quando terminaram de falar, Tiago tomou a palavra e disse: ‘Irmãos, ouçam-me!’” (At.15:13). Em seguida ele passa-lhes a expor tudo aquilo que deveria ser escrito na carta aos gentios que levara a essa contenda entre eles: “Portanto, julgo que não devemos pôr dificuldades aos gentios que estão se convertendo a Deus. Pelo contrário, devemos escrever a eles, dizendo-lhes que se abstenham de comida contaminada pelos ídolos, da imoralidade sexual, da carne de animais estrangulados e do sangue. Pois, desde os tempos antigos, Moisés é pregado em todas as cidades, sendo lido nas sinagogas todos os sábados” (At.15:19-21).
E foi exatamente essa a carta enviada aos gentios, baseada inteiramente nas palavras de Tiago, e não de Pedro ou de qualquer outro. Quem deu a palavra final foi Tiago, e não Pedro, o que nos mostra que era Tiago quem exercia um cargo proeminente dentro da Igreja primitiva. Pedro teve apenas um dos papéis de fala tanto quanto Paulo e Barnabé (At.15:12), mas quem falou em nome do corpo de apóstolos foi Tiago! Ademais, se fosse Pedro um “papa” pontífice de Roma, tal Concílio aconteceria em Roma, e não em Jerusalém. É claro que não foi assim porque Pedro nunca foi papa, e muito menos em Roma! Sua palavra não era infalível, porque, se fosse, então seria ele quem falaria em nome do corpo dos apóstolos e não alguém que NÃO TEM tal “infalibilidade”!
Também uma leitura mais honesta do que a que a Igreja Romana faz, nos faz ver que era Tiago, e não Pedro, quem tinha o cargo mais proeminente na Igreja cristã. Em primeiro lugar, porque quem dirigiu o primeiro Concílio em Jerusalém foi Tiago, e não Pedro. Foi Tiago quem falou em nome do corpo dos apóstolos (At.15;13; At.15:19-21). Em segundo lugar, porque Paulo, na primeira visita a Jerusalém após converter-se, encontrou-se com Tiago (Gl.1:19), e não com Pedro. Paulo, aliás, fez o mesmo em sua última visita (At.21:18). Em terceiro lugar, quando Pedro foi solto da prisão, mandou os amigos avisarem Tiago (At.12:17). Por quê? Porque Tiago era quem liderava a Igreja primitiva cristã, era ele o líder, o primeiro no qual deveria saber das coisas.
Em quarto lugar, Judas (autor da epístola de Judas) pôde simplesmente identificar-se como "irmão de Tiago" (Jd.1), uma vez que Tiago era tão conhecido. A própria autoridade mostrada na carta de Tiago mostra quanta autoridade ele tinha na "vida real". Mas provavelmente a maior das provas venha a partir do que o apóstolo Paulo escreve aos Gálatas: “Reconhecendo a graça que me fora concedida, Tiago, Pedro e João, tidos como colunas, estenderam a mão direita a mim e a Barnabé em sinal de comunhão” (Gl.2:9). Aqui vemos claramente que Tiago é mencionado como “coluna” da Igreja antes mesmo do que o próprio Pedro, mencionado depois.
Isso nos revela uma “ordem” na Igreja primitiva que de fato concorda com os demais fatos escriturísticos: (1) Tiago era o líder que presidiu o Concílio de Jerusalém; (2) Pedro tinha um importante papel como “presbítero juntamente com eles” (1Pe.5:1), ou seja, sem estar em um episcopado superior aos demais, mas sem deixar de ter um apostolado de importância; e (3) João, o terceiro apóstolo mais mencionado no Novo Testamento, que também dispunha de um apostolado de grande importância. De fato, não existe nenhum “primado” de algum destes em relação aos outros, mas simplesmente três pessoas igualmente significativas que dispunham de grande importância na comunidade cristã.
Por isso mesmo, o apóstolo Paulo faz questão de ressaltar os três como “coluna” da Igreja (Gl.2:9), e não somente Pedro (que, para os católicos, seria o único “príncipe dos apóstolos” e que dispunha de infalibilidade doutrinária que os outros não tinham). Vale ressaltar novamente que Paulo não se referiu a Pedro como o principal, ao contrário, faz referência a ele juntamente com Tiago e João como “colunas da igreja”, sendo que nem mesmo é o primeiro a ser citado (como QUALQUER CATÓLICO DE BOM SENSO FARIA COM SEU “PAPA”), mas, ao contrário, citando Tiago em primeiro lugar (Gl.2:9).
Um pouco mais à frente no livro de Atos, vemos que “depois disso Paulo saiu de Atenas e foi para Corinto.Ali, encontrou um judeu chamado Aquila, natural de Ponto, que havia chegado recentemente da Itália com Priscila, sua mulher, pois Cláudio havia ordenado que todos os judeus saíssem de Roma” (At.18:1,2). Aqui vemos a confirmação final de todo este nosso estudo quanto a impossibilidade de Pedro ter exercido um cargo de papa em Roma, simplesmente porque. . . TODOS OS JUDEUS HAVIAM SIDO EXPULSOS DE LÁ!!! Ora, o edito de Cláudio expulsando os judeus durou desde o ano 41 até 54. Logo, durante esses treze anos não era possível que Pedro exercesse qualquer “primado” em Roma.
No texto acima mencionado, lemos que Paulo, depois do seu discurso no Areópago, seguiu para Corinto, onde encontrou-se com Áquila e Priscila, que haviam chegado da Itália, porque Cláudio havia expulsado de Roma todos os judeus. Sendo que este encontro do apóstolo deu-se no correr da sua segunda viagem apostólica (ou seja, entre os anos de 52 a 54), é impossível que Pedro, como “papa”, continuasse por lá tranquilamente... incógnito, invisível... completamente “misterioso”...! Ora, Cláudio havia expulsado TODOS os judeus. TODOS. Ele não deixaria “o príncipe dos apóstolos” lá totalmente a sós, como exceção... e o texto diz claramente que TODOS foram expulsos. Ora, Lucas (escritor de Atos) convictamente NÃO TERIA ESCRITO QUE TODOS OS JUDEUS HAVIAM SIDO EXPULSOS DA ITÁLIA SE EXATAMENTE O “PRÍNCIPE DOS APÓSTOLOS” CONTINUAVA POR LÁ!!!
Ademais, sendo Pedro pregava para os circuncisos, isto é, os judeus (G.2:8), então ele iria pregar PARA QUEM JÁ QUE TODOS OS JUDEUS HAVIAM SIDO EXPULSOS DA ITÁLIA????!!!! Isso tudo atormenta a cabeça dos padres que por isso mesmo preferem jogar a catequese para fazer a lavagem cerebral nos fieis do que passar a Bíblia Sagrada – e a História – que mostram que o primado de Pedro em Roma é algo absurdamente ridículo de ser aturado até mesmo pela mais ingênua das criaturas. Até mesmo o escritor não-cristão Suetonius Tranquillus, na Biografia do Imperador Cláudio, afirma: “Judacos, impulsore Cresto, assidue tumultuantes Roma expulit”. Quer dizer: - O Imperador Cláudio expulsou de Roma os Judeus que viviam em contínuas desavenças por causa de um certo Cresto (Cristo)”.
Isso torna-se ainda mais certo que pelo menos durante este tempo de aproximadamente TREZE ANOS era completamente IMPOSSÍVEL que Pedro, um judeu, permanecesse sozinho em Roma pregando o evangelho para judeus que já tinham sido todos expulsos de lá, para depois Lucas escrever em Atos que TODOS os judeus foram expulsos mesmo com Pedro estando lá completamente “invisível” e “incógnito”! A “missão secreta de Pedro em Roma” foi tão bem sucedida, que não enganou apenas o Imperador Romano da época, mas conseguiu também enganar até mesmo o próprio historiador cristão que escreveu tal livro sobre a História da Igreja como própria testemunha ocular dos fatos! Incrível! Mais incrível ainda é o que os católicos conseguem fazer com a Bíblia a fim de ensinar algo HISTORICAMENTE IMPOSSÍVEL, LOGICAMENTE RIDÍCULO E BIBLICAMENTE ENGANOSO AOS SEUS FIEIS!!!
Mais um pouco a frente (cap.23), vemos as palavras de Jesus ao apóstolo Paulo: “Importa que dês testemunho de Mim também em Roma” (At.23:11). Incrível! Onde estava Pedro (o nosso grande “papa”) que não tornava conhecido o nome de Jesus nesta cidade? Se Jesus precisava ser testemunhado também aos romanos, então a missão secreta de Pedro em Roma foi mais bem feita do que parece, porque também conseguiu ficar sem dar testemunho de Cristo naquela cidade! Ademais, também com relação a Paulo, qualquer leitor honesto da Bíblia reconhece que as suas viagens missionárias não estavam empreendidas por recomendação de nenhuma “mesa administrativa”, com orçamento ou roteiros aprovados por algum “líder eclesiástico”.
Ao contrário, vemos que ele atuava interdependentemente de qualquer outro apóstolo (ver Atos 13, 15, 20; 15:36, etc). Isso torna particularmente impossível que houvesse uma hierarquia eclesiástica liderada por Pedro exercendo um suposto “primado” sobre os demais, porque se assim fosse, Paulo lhe seria subalterno e irreverente ao não prestar contas ao seu líder eclesiástico infalível. É óbvio que Paulo agia interdependentemente porque não tinha que prestar contas a nenhum tipo de “papa”, mas tão-somente ao Reis dos reis e Senhor dos senhores! Mas o maior de todos os disparates contra o primado de Pedro encontra-se mais provavelmente na confissão dos judeus em Atos 24:5,6:
Atos 24
5 Verificamos que este homem é um perturbador, que promove tumultos entre os judeus pelo mundo todo. Ele é o principal cabeça da seita dos nazarenos.
6 e tentou até mesmo profanar o templo; então o prendemos e quisemos julgá-lo segundo a nossa lei.
Bingo! Olha que coisa: Os judeus, que conheciam a “seita dos nazarenos” (ou seja, os cristãos), poderiam perfeitamente afirmar com toda a convicção do mundo que o cabeça dessa “seita” (eles definitivamente não gostavam muito assim dos cristãos) era Pedro, o tal “papa”, infalível, príncipe dos apóstolos, fundamento da Igreja, autoridade suprema, líder eclesiástico, cabeça e chefe dos cristãos, também chamados de “nazarenos”. Contudo, lá vai a perguntinha pros católicos:
- Quem os judeus reconheciam como o “cabeça da seita dos nazarenos”?
( ) PEDRO, O PAPA INFALÍVEL E CHAMADO PELOS CATÓLICOS DE “PRÍNCIPE DOS APÓSTOLOS”; ou...
( ) PAULO, EX-PERSEGUIDOR DOS CRISTÃOS E QUE PARA OS CATÓLICOS DEVERIA ESTAR SUBMETIDO A LIDERANÇA DE PEDRO.
Qualquer católico pode responder honestamente a esta simples perguntinha. Mas – lembre-se sempre – não se esqueça de Atos 24:5,6:
Atos 24
5 Verificamos que este homem [Paulo] é um perturbador, que promove tumultos entre os judeus pelo mundo todo. Ele [Paulo] é o principal cabeça da seita dos nazarenos.
6 e tentou até mesmo profanar o templo; então o prendemos e quisemos julgá-lo segundo a nossa lei.
Veja que coisa mais interessante aqui:
(1) Era Paulo o cabeça dos nazarenos, e não Pedro; (2) Os judeus conheciam essa “seita” e reconheciam Paulo como sendo a maior autoridade entre eles; (3) Se os cristãos tivessem todos sob a primazia de Pedro isso seria evidente também a eles que não iriam falar uma “BOBEIRA” dessas mentindo que Paulo é o “cabeça” ou “chefe” e não Pedro; (4) Lucas, escritor de Atos, não iria deixar despercebido tão grande confusão aos seus leitores que certamente pensariam que realmente era Paulo (e não Pedro) o cabeça, mas mesmo assim ele não faz nenhuma observação e não contradiz em parte nenhuma de seu livro dizendo que o líder é Pedro e não Paulo como antes foi dito; e (5) A primazia absoluta de Pedro iria fazer dele um reconhecido líder entre os cristãos, o que impediria tão grande engano e mentira incluída na Bíblia dizendo que é Paulo o “cabeça da seita dos nazarenos”.
Analisando o texto original grego, de acordo com o léxico da Concordância de Strong, a palavra aqui utilizada por Lucas em Atos 24:5 se referindo a Paulo como o líder dos cristãos é “protostates”, e significa:
Strong’s Concordance
2476 - um pé primeiro no ranking, ou seja, um capitão (campeão): - líder
E aqui cai por terra mais uma falácia católica de que era Pedro o “capitão”, “líder”, “papa”, etc, etc, etc. O fato é que Tiago era o líder principal da Igreja de Jerusalém, mas Paulo tinha uma posição bem proeminente por ser o que “trabalhava muito mais do que todos eles” (1Co.15:10), o que o elevou a uma grande posição de destaque dentro da Igreja. O motivo pelo qual tanto Tiago como Paulo poderem partilhar de uma proeminência entre os cristãos provém do fato de que, como vimos ao longo de todo este estudo, não existia um primado romano nos primeiros séculos; Pedro nunca foi “papa” e nem o cristianismo teve uma ÚNICA autoridade suprema e soberana sobre os demais cristãos que o colocassem sob a sua liderança ou governo.
A ÚNICA autoridade suprema dentre os cristãos era exatamente Cristo, de quem herdaram o nome, como verdadeiros “embaixadores de Cristo” (2Co.5:20). Nenhum – absolutamente nenhum – apóstolo ou presbítero da Igreja primitiva exercia um “primado” sobre os demais com “dons” de infalibilidade e tudo. A Igreja era ecumênica, e seus líderes eram “Tiago, Pedro, João” (Gl.2:9) e “Paulo” (At.24:5,6). Não existia uma única autoridade eclesiástica com os outros sendo liderados por ele. Se fosse assim, a Bíblia certamente o mencionaria sem a menor hesitação, mas o próprio fato disso não acontecer remete a conclusão óbvia e inequívoca de que, realmente, os cristãos não estavam sob a autoridade de um Pedro “papa” infalível liderando os demais cristãos.
Mas as evidências não terminam por aqui. Como disse que iria começar desde o primeiro capítulo e acabar no último, temos no último capítulo de Atos (cap.28) uma prova indiscutível de que Pedro não estava em Roma, o que é altamente presumível por várias razões. Já no último capítulo de Atos, entre os anos 60-61, Paulo chega preso a Roma (At.28:11-31), e Lucas registra que os irmãos da fé foram lá vê-lo (At.28:15). Mas veja que interessante: Onde estava Pedro que não foi receber o seu colega de ministério? Estranhamente, Pedro não é mencionado entre os que foram recebê-lo. Isso é realmente muito estranho (muito, muito estranho), porque quando Paulo foi pela primeira vez a Jerusalém depois de sua conversão, é registrado que ele encontrou-se com Tiago, o líder daquela igreja (Gl.1:19), e na sua última visita Tiago novamente foi recebe-lo (At.21:18).
Tais fatos ocorrem com grande frequência na Bíblia, ainda mais no livro de Atos. Mas, quando Paulo vai a Roma (At.28:11-31) nada de Pedro nos é mencionado! Ora, se Pedro fosse o cabeça dos cristãos e exercesse sua primazia papal em Roma, então certamente seria o primeiro a ser mencionado a visitar Paulo! Lucas iria narrar isso sem nenhuma hesitação, assim como fez quando Tiago foi vê-lo. Mas Pedro não aparece em NENHUM (repito – nenhum!) dos VINTE versos que mostram a estada de Paulo em Roma! Isso seria um absurdo da parte de Lucas, o escritor, em omitir inteiramente a menção do “papa” de Roma! Ademais, se Pedro era papa em Roma, então o seu ministério não era tão bem conhecido assim, porque os que lá vivam não haviam ainda recebido as boas novas do evangelho senão com a chegada do apóstolo Paulo por lá:
Atos 28
23 Eles responderam: “Não recebemos nenhuma carta da Judéia a seu respeito, e nenhum dos irmãos que vieram de lá relatou ou disse qualquer coisa de mal contra você.
24 Todavia, queremos ouvir de sua parte o que você pensa, pois sabemos que por todo lugar há gente falando contra esta seita".
25 Assim combinaram encontrar-se com Paulo em dia determinado, indo em grupo ainda mais numeroso ao lugar onde ele estava. Desde a manhã até à tarde ele lhes deu explicações e lhes testemunhou do Reino de Deus, procurando convencê-los a respeito de Jesus, com base na Lei de Moisés e nos Profetas.
Nestes versos vemos como é ainda mais claro a falta de uma liderança cristã em Roma. Em primeiro lugar, o verso 23 reza: “...Todavia, queremos ouvir de sua parte o que você pensa, pois sabemos que por todo lugar há gente falando contra esta seita”. Ora, como é que Pedro (o suposto papa que ali residia) ficou 25 ANOS naquele lugar sem conseguir, contudo, fazer o nome de Jesus conhecido por lá? Como a doutrina dos cristãos era tão desconhecida assim ao ponto dos próprios romanos pedirem para Paulo lhes ensinar o evangelho, se por lá mesmo deveria residir a maior liderança dentre os cristãos???
E mais: Se Roma era a sede do cristianismo por lá se encontrar o “vigário de Cristo”, como é que pode uma coisa tão inadmissível dessas deles não saberem exatamente sobre essa “seita”, ao ponto deles terem de se reunir em determinado local para ouvirem o testemunho do Reino de Deus? Onde estava o papa Pedro que não testemunhava do Reino de Deus naquela cidade? O que é que Pedro fazia por lá durante os “25 anos” se eles em tanto tempo nem sequer sabiam sobre o Reino e precisavam de EXPLICAÇÕES a respeito de Jesus baseando-se na Lei de Moisés e nos profetas? Ora, diante de tudo isso, é muito claro que Pedro JAMAIS foi papa e MUITO MENOS EM ROMA! Qualquer pessoa honesta concluirá que os romanos daquele lugar sabiam que “por todo lugar se falava contra essa seita” e por isso queriam saber o que é que se tratava aquilo.
Tudo isso seria um absurdo caso Roma fosse exatamente... A SEDE DO PAPA!!! Decerto Paulo deve ter ficado irritadíssimo com Pedro ao constatar que mesmo em 25 anos ele nem ao menos havia conseguido tornar o nome de Jesus conhecido por lá ao ponto de ter que dar explicações e testemunhos sobre o Reino de Deus que simplesmente... não havia sido pregado por lá! Francamente, mas qualquer um que ainda insista na LENDA católica de que Pedro exercia um primado papal em Roma merece um atestado de falta de conhecimento bíblico gritante, uma vez que uma questão de lógica simples destrói por completo toda a mitologia católica!
Fechamos o livro de Atos, que conta a História da Igreja Primitiva e, pelo o que vimos, não existe sequer nem uma única pista de que Pedro exercia uma primazia entre os demais, ou que fosse detentor de infalibilidade. Na verdade, não há nem sequer pistas de que ele ao menos fosse o “líder” dentre eles. Ao contrário, temos um arsenal de inúmeras provas e evidências contra essas alegações católicas inteiramente infundamentadas. Ademais, nada de “Pedro em Roma” é mencionado neste livro que nos traz relatos do início da Igreja. Quanta discrepância em relação a “Igreja Católica Romana”!!! Mas, por outro lado, temos inúmeras provas e evidências neste livro que nos mostram com claridade que Pedro jamais presidiu igreja nenhuma de Roma.
Na verdade, Pedro nunca esteve em Roma, senão talvez nos seus últimos anos de vida para ser morto na época do imperador Nero. E isso o torna papa ou faz que ele tenha tido uma vida em Roma? Objetivamente, não! Até mesmo o apóstolo Paulo viveu seus últimos dias em Roma antes de ser morto pelas autoridades romanas. Isso evidentemente não fez com que Paulo tivesse uma vida inteira em Roma e muito menos o tornou “papa”. Morrer em Roma era algo muito comum, ainda mais quando vemos os relatos históricos sobre os martírios dos apóstolos. O Mundo Antigo estava sob o domínio dos romanos e, portanto, a coisa mais comum que havia era ser martirizado em Roma, que de fato matou e torturou muitos cristãos nos primeiros séculos.
O nosso estudo no livro de Atos nos mostrou que Lucas (seu escritor) não tinha a mínima ideia de “papado” e muito menos de uma liderança infalível comandada por alguém (muito menos por Pedro) dentro da Igreja cristã. O livro que conta a história da primeira fase da Igreja é gritantemente oposto àquilo que os católicos sonham que fosse. Nem mesmo sequer as passagens isoladas (que os católicos adoram se utilizar) conseguiram salvá-los desta vez. Atos é um verdadeiro massacre contra o catolicismo romano.
O nosso próximo passo, agora, será analisar também as epístolas apostólicas, que também nos ajuda a desvendarmos ainda mais esse mistério que é a estadia de Pedro como papa em Roma. Começaremos bem exatamente com a epístola aos... Romanos! Ora, se houve um momento verdadeiramente fantástico de se fazer menção a Pedro liderando a Igreja de Roma, este momento certamente pode ser identificado quando Paulo os escreve em 58 d.C (pelos católicos, o nosso papa Pedro deveria estar no “poder” de lá há 15 anos...).
Romanos também é a carta mais longa escrita pelo apóstolo (junto com 1Coríntios, possui 16 capítulos), mas veja só que algo mais ESQUISITO: Nós lemos o primeiro capítulo e....nada; lemos o segundo capítulo e... nada; lemos o terceiro, o quarto, quinto, sexto, etc, etc, etc.... vamos para o décimo terceiro, décimo quarto, décimo quinto, e nada, nada, nada, absolutamente NADA de Pedro!!! Isso já parece incomodar muitos católicos!! Como se pode alguém escrever uma carta aos Romanos esquecendo-se exatamente do..... PRÍNCIPE DOS APÓSTOLOS QUE LÁ RESIDE??????? Seu nome nem ao menos é mencionado! Mas, de repente, surge uma oportunidade de ouro extraordinária: o apóstolo vai mandar saudações para inúmeras pessoas que estavam lá!!!
- Milagre! (eu ouvi algum católico dizer, entusiasticamente)
- Ave Maria! (eu ouvi outro católico dizer – também bem entusiasticamente, é claro)
Isso era tudo o que os católicos precisavam. Embora Paulo tivesse PASSADO POR CIMA DO NOME DE PEDRO DURANTE TODA A SUA EPÍSTOLA.... ele agora vai mandar saudações para os cristãos que lá se encontram, e melhor ainda: irá citá-los nominalmente e gastará um capítulo INTEIRO se reservando apenas a dar estas saudações.... oportunidade realmente fantástica! Nunca, em nenhuma outra epístola paulina (ou em qualquer outra epístola neotestamentária) há uma saudação tão grande como acontece aos romanos. Claro que Pedro, como o príncipe dos apóstolos e autoridade máxima na Igreja de Roma, foi o primeiro a ser saudado. Aliás, Paulo não apenas o saudou, como também se desculpou por não tê-lo mencionado em parte nenhuma de sua carta, nem na introdução e nem no conteúdo geral ou pessoal.... mas ele se redime saudando entusiasticamente ao nosso papa Pedro, vejam como foi a saudação dele:
Romanos
16:1 Recomendo-vos a nossa irmã Febe, que é serva da igreja que está em Cencréia;
16:2 para que a recebais no Senhor, de um modo digno dos santos, e a ajudeis em qualquer coisa que de vós necessitar; porque ela tem sido o amparo de muitos, e de mim em particular.
(bom.... Pedro ainda não aparece aqui...)
16:3 Saudai a Prisca e a Áqüila, meus cooperadores em Cristo Jesus,
16:4 os quais pela minha vida expuseram as suas cabeças; o que não só eu lhes agradeço, mas também todas as igrejas dos gentios.
(que estranho.... aparentemente o nosso grande “Sumo Pontífice” não é um dos primeiros a ser lembrado por Paulo...)
16:5 Saudai também a igreja que está na casa deles. Saudai a Epêneto, meu amado, que é as primícias da Ásia para Cristo.
(é.... ainda não apareceu, mas vamos lá que ainda tem muita gente pro nosso papa ser mencionado, certo?)
16:6 Saudai a Maria, que muito trabalhou por vós.
(calma, calma, calma..... Pedro já vem já!!!)
16:7 Saudai a Andrônico e a Júnias, meus parentes e meus companheiros de prisão, os quais são bem conceituados entre os apóstolos, e que estavam em Cristo antes de mim.
(nossa.... isso já está ficando quase com cheiro de “insubmissão”...!)
16:8 Saudai a Ampliato, meu amado no Senhor.
16:9 Saudai a Urbano, nosso cooperador em Cristo, e a Estáquis, meu amado.
16:10 Saudai a Apeles, aprovado em Cristo. Saudai aos da casa de Aristóbulo.
(até mesmo o grande Ampliato, o nosso amigo Urbano, o amado Estáquis, Apeles e Aristóbolo – nomes maravilhosos – já foram mencionados, mas o líder da Igreja permanece invisível...)
16:11 Saudai a Herodião, meu parente. Saudai aos da casa de Narciso que estão no Senhor.
(claro, agora é aquela hora de saudar os da família... tá certo, a família merece prioridade, mas Pedro já está vindo, certo?)
16:12 Saudai a Trifena e a Trifosa, que trabalham no Senhor. Saudai a amada Pérside, que muito trabalhou no Senhor.
(até as mulheres – Trifena e Trifosa – foram citadas, mas o Sumo Pontífice e príncipe dos apóstolos continua absolutamente oculto...)
16:13 Saudai a Rufo, eleito no Senhor, e a sua mãe e minha.
(estranho...)
16:14 Saudai a Asíncrito, a Flegonte, a Hermes, a Pátrobas, a Hermes, e aos irmãos que estão com eles.
(muito, muito estranho...)
16:15 Saudai a Filólogo e a Júlia, a Nereu e a sua irmã, e a Olimpas, e a todos os santos que com eles estão.
(muito, muito, muito estranho...)
16:16 Saudai-vos uns aos outros com ósculo santo. Todas as igrejas de Cristo vos saúdam.
(Ô Paulo, cita logo o Pedro senão aqueles protestantes ‘hereges’ vão falar hereticamente que Pedro não exercia primado nenhum em Roma!)
16:21 Saúdam-vos Timóteo, meu cooperador, e Lúcio, e Jáson, e Sosípatro, meus parentes.
(quanta ‘insubordinação’..... parece que o nosso amigo apóstolo Paulo simplesmente teve amnésia com relação ao nosso papa Pedro e mostrou-lhes um exemplo de insubmissão.... o pobre Pedro nem ao menos foi saudado e nem mesmo aparece citado por ele até nas próprias .... SAUDAÇÕES!!! Bom, mas pelo menos o escritor da carta, Tércio, deve desculpar a infantilidade de Paulo e dar as suas saudações para Pedro, certo?)
16:22 Eu, Tércio, que escrevo esta carta, vos saúdo no Senhor.
(é... parece que Tércio também não se lembrou de Pedro; mas – pera aí – ao que parece, Paulo se esqueceu de mais algumas pessoas e vai saudá-las neste momento nominalmente! Ufa! Fim do desespero! É agora que ele vai se lembrar do papa!!!)
16:23 Saúda-vos Gaio, hospedeiro meu e de toda a igreja. Saúda-vos Erasto, tesoureiro da cidade, e também o irmão Quarto.
(como pode??? Ele continuou sem mencionar Pedro??? nossa... deste jeito alguém pode até pensar que Pedro realmente não liderava nada em Roma...!)
16:24 [A graça de nosso Senhor Jesus Cristo seja com todos vós. Amém.]
16:25 Ora, àquele que é poderoso para vos confirmar, segundo o meu evangelho e a pregação de Jesus Cristo, conforme a revelação do mistério guardado em silêncio desde os tempos eternos,
16:26 mas agora manifesto e, por meio das Escrituras proféticas, segundo o mandamento do Deus, eterno, dado a conhecer a todas as nações para obediência da fé;
16:27 ao único Deus sábio seja dada glória por Jesus Cristo para todo o sempre. Amém.
((((((( fim das saudações e da epístola )))))))
É óbvio que (para qualquer pessoa com um mínimo de bom senso) Pedro não governava coisa nenhuma em Roma. Os seus “25 anos de papado em Roma” é um absurdo mediocremente inventado que não passa no crivo de um mínimo de ceticismo (ou brincadeira). Biblicamente, é mais fácil que Pedro exercesse um papado no Brasil no século I do que em Roma. Os católicos mutilam a Sagrada Escritura a fim de dar lugar às tradições humanas e falidas, antibíblica e cheias de engano e mentira, como o próprio Cristo disse, “anulam a palavra de Deus, por meio da tradição que vocês mesmos transmitiram” (Mc.7:3), e “em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos de homens” (Mc.7:7). O próprio apóstolo Paulo nos advertiu a que tenhamos “cuidado para que ninguém os escravize a filosofias vãs e enganosas, que se fundamentam nas tradições humanas e nos princípios elementares deste mundo, e não em Cristo” (Cl.2:6).
Também é notório o desejo expresso de Paulo aos romanos dizendo que queria “colher algum fruto entre vocês, assim como tenho colhido entre os demais gentios” (Rm.1:13). Ora, onde é que estava Pedro, que em mais de 15 anos de “ministério” como “papa” (até este momento da carta de Paulo aos romanos) não conseguiu colher fruto entre eles? Por que era Paulo quem precisava fazer esse papel entre eles, se exatamente o maior líder do cristianismo estaria infalivelmente atuando entre eles? Essas, entre outras várias questões que são abordadas ao longo de toda a carta de Paulo aos romanos, causam muitas “dores de cabeça” nos teólogos católicos. Por que não há sequer uma ÚNICA menção ao longo de todos os 16 capítulos da epístola de alguma “superioridade” deles por serem o centro do cristianismo e a sede episcopal?
Por que não há nenhuma referência a essa tal “sede episcopal”? Por que Pedro não é mencionado em parte nenhuma da epístola e nem mesmo nas saudações finais, em que ele manda saudações a 35 pessoas por escrito, mas não menciona bem exatamente o papa? Ora, se Pedro fosse o papa da Igreja em Roma, ele deveria ser mencionado em primeiríssimo lugar!!! Tome alguns exemplos para análise: Apolo, que teve um importante papel dentro da igreja de Corinto, foi nominalmente citado por Paulo durante sete vezes em sua carta a eles (1Co.3:6; 3:4; 1:12; 3:5; 3:22; 16:12; 4:6). Mas Pedro, que seria o suposto “líder” dentre os cristãos, não é mencionado NENHUMA vez na carta de Paulo aos Romanos. Veja também, por exemplo, como Paulo gostava de ressaltar o importante papel de quem trabalhava ou implantava igrejas em determinado local, como em Colossos:
“Por causa da esperança que lhes está reservada nos céus, a respeito da qual vocês ouviram por meio da palavra da verdade, o evangelho que chegou até vocês. Por todo o mundo este evangelho vai frutificando e crescendo, como também ocorre entre vocês, desde o dia em que o ouviram e entenderam a graça de Deus em toda a sua verdade. Vocês o aprenderam de Epafras, nosso amado cooperador, fiel ministro de Cristo para conosco” (1Cl.1:5-7)
Veja que Paulo afirma aos colocensses que a mensagem do evangelho havia chegado até eles naquele local – “o evangelho que chegou até vocês” (v.5,6) – e em seguida menciona nominalmente aquele por meio de quem eles aprenderam – “vocês o aprenderam de Epafras” (v.7). Ora, se Paulo fez assim com Epafras (alguém tão desconhecido no resto da Bíblia), por que não faria até MUITÍSSIMO MAIS em menção de alguém como Pedro (muito maior do que Epafras e muito mais conhecido) aos próprios romanos? Ora, a total omissão de Pedro torna-se particulamente evidente de que “Pedro papa em Roma” é somente em missão secreta. É muito, muito óbvio que Pedro não exercia função nenhuma em Roma!
Outro fator que também corrobora para o nosso estudo de que Pedro nunca foi papa e muito menos em Roma (a não ser em missão secreta), é o que Paulo escreve aos Gálatas. Apesar de Pedro obviamente não ser citado na epístola aos Romanos, ele é citado por Paulo quando ele escreve aos.... Gálatas. Aliás, veja só que interessante: Pedro é citado nominalmente por Paulo quatro vezes aos Gálatas (Gl.2:9; 2:14; 1:18; 2:11) e quatro vezes aos Coríntios (1Co.1:12; 15:5; 3:22; 9:5), mas aos Romanos, exatamente onde a lenda católica coloca Pedro como papa e no qual Paulo faz uma elaborada saudação final, esse tal papa que a igreja católica diz que existia não é mencionado em lugar nenhum!
Mas voltemos ao assunto da carta de Paulo aos Gálatas. As informações que ele lhes passa também corrobora com extrema importância neste nosso estudo. Vejamos: “Depois de três anos, subi a Jerusalém para conhecer Pedro pessoalmente, e estive com ele quinze dias” (Gl.1:18). Veja como Pedro costumava dar umas “escapadinhas” de Roma para estar em Jerusalém...! Mais “quinze dias” em que Pedro não esteve em Roma. Isso também é estranho para uma Igreja Romana que prega que Pedro ficou 25 anos em Roma, mas quando Paulo vai até eles Pedro nem mesmo é mencionado (At.28) e, pior ainda do que isso, Pedro é mencionado, não em Roma, mas sim em Jerusalém (Gl.1:18)! E veja no verso seguinte que tal fato se deu após a “dispersão” dos apóstolos, como Paulo afirma: “Não vi nenhum dos outros apóstolos, a não ser Tiago, irmão do Senhor” (Gl.1:19).
Ou seja, boa parte dos apóstolos já não estava mais em Jerusalém, mas sim liderando ou estando em outras igrejas de outras localidades. Mas bem exatamente o nosso amigo Pedro, é claro, “estranhamente” continuava em Jerusalém ao invés de seguí-los a fim de ocupar a “cátedra de Roma”! Ora, se Pedro também tivesse deixado Jerusalém para ocupar a sua cadeira em Roma, então certamente Paulo encontraria em Jerusalém muitos apóstolos... mas não Pedro! Tal possibilidade seria altamente improvável de ser aceita. O que é que Pedro estava fazendo ainda em Jerusalém ao invés de estar liderando os pastores do rebanho em seu infalível episcopado papal em Roma? É claro que Pedro nem sequer havia saído de Jerusalém. Pedro não era apóstolo dos gentios, mas sim dos JUDEUS (circuncisos). Isso também fica muito bem claro no segundo capítulo da carta de Paulo aos Gálatas:
“Ao contrário, reconheceram que a mim havia sido confiada a pregação do evangelho aos incircuncisos [não-judeus], assim como a Pedro, aos circuncisos [judeus]” (Gl.2:7)
Veja que maravilha: A Pedro não havia sido confiado o evangelho para os incircuncisos, isto é, aos não-judeus, mas sim aos próprios judeus [circuncisos]! Ora, se Pedro fosse papa em Roma, então estaria entre os incircuncisos e consequentemente seria apóstolo dos não-judeus! Paulo é muito, mas muito claro: Ele era pregador aos gentios, e Pedro aos judeus! Isso por si só detona inteiramente com o mito católico da liderança de Pedro em Roma, precisamente porque lá ele estaria entre os NÃO-JUDEUS, os INCIRCUNCISOS, e, portanto, seria pregador do evangelho a eles. Paulo estaria dizendo uma mentira herética ao afirmar que ele era dos gentios e Pedro [Cefas] dos judeus em caso que Pedro também estivesse entre os não-judeus (em Roma, por exemplo). Vejamos os versos seguintes que lançam ainda mais claridade em tudo isso:
“Pois Deus, que operou por meio de Pedro como apóstolo aos circuncisos, também operou por meu intermédio para com os gentios. Reconhecendo a graça que me fora concedida, Tiago, Pedro e João, tidos como colunas, estenderam a mão direita a mim e a Barnabé em sinal de comunhão. Eles concordaram em que devíamos nos dirigir aos gentios, e eles, aos circuncisos” (Gl.2:8,9)
Novamente, a confirmação da parte de Paulo: Pedro era apóstolo e pregador do evangelho aos circuncisos [judeus], enquanto ele era apóstolo aos incircuncisos [não-judeus]. Ora, por que razão Paulo era apóstolo dos gentios e não dos judeus? Simples, porque Paulo atuava entre os gentios. Se Pedro também atuasse entre os gentios [Roma] então necessariamente deveria ser considerado apóstolo como Paulo: aos incircuncisos – gentios! Essa verdade tão simples e sistemática derruba toda uma aceitação católica por achismo de que Pedro atuasse entre os gentios incircuncisos de Roma.
Isso seria uma abominação e um disparate contra os escritos de Paulo. É óbvio que Paulo jamais imaginou que Pedro assim como ele também atuasse entre os gentios (muito menos os de Roma). Ele não escreveria uma coisa dessas totalmente à toa. Podemos, a partir da descrição paulina, traçar um quadro que define bem onde atuavam alguns dos principais nomes do cristianismo primitivo:
Paulo e Barnabé |
Tiago, Pedro e João |
Ministério entre os gentios [não-judeus] – Gl.2:9 |
Ministério entre os judeus [circuncisos] – Gl.2:9 |
Corrobora com isso também o fato bíblico de que é evidente que Tiago atuava em Jerusalém [circuncisos] (Gl.1:19; At.21:18), Paulo também é evidente que atuava entre os gentios [incircuncisos] (At.18:6), e Pedro, igualmente com Tiago, era “apóstolo aos circuncisos” (Gl.2:8), a quem havia sido “confiada a pregação do evangelho aos incircuncisos” (Gl.2:7), ou seja, aos judeus. Isso explica o porquê de Pedro encontrar-se em Jerusalém (e não em Roma) quando Paulo desceu para lá (Gl.1:18). Embora boa parte dos apóstolos já haviam sido dispersos (Gl.1:19), Tiago e Pedro [e João] permaneciam em Jerusalém (Gl.1:18,19; 2:7-9), com seu ministério entre eles.
Essa derrubada final é, como podemos talvez definir, o “golpe de morte” fatal no mito de Pedro em Roma. Esta, na verdade, é ainda mais fatal do que todas as outras evidências, pois com as outras Pedro poderia estar lá em uma “missão secreta” (quem sabe, católico pensa em tudo!), mas essa última evidência é tão clara que nem mesmo em missão secreta ele poderia estar lá! O verso seguinte (v.10) unido ao v.9, também nos mostra que a despedida de Paulo a eles marcou uma distinção entre o ministério de Paulo entre os gentios e o de Tiago, Pedro e João em Jerusalém:
“...Eles concordaram em que devíamos nos dirigir aos gentios, e eles, aos circuncisos. Somente pediram que nos lembrássemos dos pobres, o que me esforcei por fazer” (Gl.2:9,10)
Ou seja, tal situação marcou uma despedida (separação): Paulo voltou aos gentios; Tiago, Pedro e João permaneceram em Jerusalém. Os três [Tiago, Pedro e João] disseram a Paulo para que ele (que estaria entre os gentios) se lembrasse dos pobres da sua localidade (Jerusalém), como também é afirmado pelo próprio apóstolo (Rm.15:26). Por tudo isso, a tentativa da ICAR em colocar Pedro (contra as Escrituras) como papa liderando Roma, não passa de um completo fracasso. Embora seja verdade que a ICAR passe por cima de quase toda a Bíblia para fundamentar as suas “doutrinas”, o ensinamento de que Pedro liderava Roma é um absurdo que não pode ser aceito nem pela mente mais incauta e despercebida das criaturas.
Mas – calma – a bomba não explodiu ainda. Continuaremos a leitura da carta de Paulo aos Gálatas. Um fato muito marcante aparece logo em seguida, ainda no capítulo segundo: A Repreensão de Paulo ao “papa(!)” Pedro! Tal medida de Paulo é descrita nas seguintes palavras do apóstolo, e se deu “quando Pedro veio a Antioquia” (v.11). Antioquia, não Roma (é claro...). Vejamos como foi a repreensão de Paulo face a face com o “papa” (que momento histórico esse...):
Gálatas 2
11 Quando, porém, Pedro veio a Antioquia[1], enfrentei-o face a face, porque era repreensível[2].
12 Pois, antes de chegarem alguns da parte de Tiago[3], ele comia com os gentios. Quando, porém, eles chegaram, afastou-se e separou-se dos gentios, temendo os que eram da circuncisão[4].
13 Os demais judeus também se uniram a ele nessa hipocrisia[5], de modo que até Barnabé se deixou levar.
14 Quando vi que não estavam andando de acordo com a verdade do evangelho[6], declarei a Pedro, diante de todos: "Você é judeu, mas vive como gentio e não como judeu. Portanto, como pode obrigar gentios a viverem como judeus?”
Diante desse relato abordado por Paulo podemos observar precisamente seis pontos grandemente importantes:
(1) Pedro não estava em Roma, mas sim em Antioquia. Lembre-se que Pedro foi ordenado apóstolo para os judeus (Gl.2:9), e não para os gentios. Isso – obviamente – não o impedia de realizar algum tipo de viagem para algum lugar (ele não estava completamente preso em Jerusalém sem poder sair de lá). E então ele foi para Roma liderar aquela Igreja, certo? Bom, você já deve saber a resposta. Nem assim Pedro se dirigiu a Roma!
(2) Na própria narração de Paulo, ele diz ter enfrentado o [papa(?)] face a face. Sobrenatural!!! Para um católico dos dias de hoje (por mais renomeado que seja) ter a coragem e a ousadia de enfrentar o papa FACE A FACE na presença dele (se conseguir passar dos seguranças e do “papa móvel”) seria considerado herege, insolente, insubordinado, insubmisso, subalterno, “protestante” [rs], e por aí vai.... o coitado seria no mínimo excomungado da Igreja Romana, porque o papa só aceita que os seus ‘súditos’ se lancem ajoelhando-se aos seus pés ou beijando as suas mãos..... mas jamais ser repreendido na face!!! É óbvio que Paulo só repreendeu Pedro desta maneira porque ele [Pedro] não exercia algum cargo episcopal superior ao de Paulo e nem Paulo devia submissão a Pedro como suposta ‘liderança’ sua. Ora, onde já se viu alguém repreender o papa, sendo-lhe subalterno?
Isso também nos leva a mais algumas conclusões: (a) Paulo não iria passar aos Gálatas um “exemplo de insubmissão”. Se os Gálatas devessem submissão à liderança de Pedro como suposto “papa” da Igreja, então Paulo faria menção a isso a fim de amenizar um pouco a história para que os Gálatas não faltassem com a “liderança” de Pedro, ou então se reservaria a não fazer comentários que pudessem colocar em dúvida a credibilidade pessoal do “líder máximo e infalível da Igreja”; e (b) Se Pedro fosse infalível, então Paulo não iria repreendê-lo (pois estaria com a razão de qualquer maneira no que fizesse), e muito menos iria passar isso aos seus leitores que também poderiam por em “cheque” a infalibilidade de Pedro como suposto “papa”. Toda essa repreensão de Paulo frente a Pedro seria um completo e total absurdo em caso que Pedro assumisse algum cargo “infalivelmente superior” ao de Paulo, que lhe teria sido subalterno.
(3) Observe também que o verso 12 diz que Pedro comia tranquilamente entre os gentios antes que... “chegassem alguns da parte de Tiago” (v.12). Lembra-se do que vimos no início deste estudo? Quem dissemos que liderava a Igreja de Jerusalém? Tiago, é claro, que liderou o próprio primeiro Concílio da Igreja cristã. Agora, o que é que Pedro faz quando chegam alguns “da parte de... Tiago”? Afasta-se imediatamente! Ora, qualquer de bom senso reconhece que Pedro TEMIA a liderança de Tiago e, para não causar dúvidas quanto ao seu comportamento, preferiu ausentar-se do grupo dos não-judeus. Não era nem sequer o próprio Tiago, mas os enviados dele, e mesmo assim Pedro ficou com tanto medo que censurou aqueles incircuncisos com quem antes comia tão amigavelmente, temendo a opinião que Tiago, o seu líder, daria sobre aquilo!
Ora, se Pedro fosse a liderança máxima dentro da Igreja cristã, então certamente ele não iria temer ninguém, muito menos Tiago, e muito menos ainda os “da parte” dele! Isso é completamente inadmissível de se pensar se Pedro de fato exercesse uma primazia na Igreja primitiva. É óbvio que era Tiago o líder, e isso causava tanto medo do que ele podia pensar a respeito daquilo que fez com que Pedro temesse os próprios enviados da parte dele! Onde está a tão maior autoridade de Pedro? Onde está a infalibilidade papal? Onde está a supremacia de Pedro sobre o próprio Tiago? Ao que parece, só existe mesmo nas ilusões romanistas...
(4) O quarto fato também igualmente importante a ser registrado, é praticamente uma confirmação daquilo que vimos no ponto anterior: “...separou-se dos gentios, temendo os que eram da circuncisão” (v.12). Ora, já vimos também na primeira parte do verso quem eram esses a quem Pedro tanto TEMIA: “...alguns da parte de Tiago” (v.12). Ou seja, Pedro temia os DA PARTE DE Tiago. Ora, se Pedro temia tanto assim os que eram DA PARTE dele ao ponto de cometer uma “hipocrisia” (v.13), ao ponto de “não estar agindo de acordo com a verdade do evangelho” (v.14), censurando os próprios não-judeus, quanto mais ele temia O PRÓPRIO TIAGO EM PESSOA! Ora, se o v.12 diz de modo bem claro que Pedro TEMIA os da parte de Tiago, então logicamente a própria liderança de Tiago era superior à sua.
Não haveria motivos de temor em caso que Pedro fosse infalivelmente superior a Tiago, ou em caso dele possuir as “chaves do Céu” e Tiago não, ou do caso de Tiago ser liderado por ele. Isso tudo nos mostra de modo claríssimo que Tiago não estava debaixo de Pedro, mas sim o próprio Pedro estava debaixo da liderança de Tiago. E essa liderança era tão grande que chegou ao ponto de Pedro temer alguns da parte dele, causando o repúdio total até mesmo do apóstolo Paulo! Veja também que o verso 12 diz que Pedro “temia os que eram da circuncisão” (v.12). Ora, Paulo escreve naquela mesma carta que o próprio Pedro era da circuncisão (Gl.2:7-9). Sumariando, se Pedro fosse o líder máximo e infalível deles (os da circuncisão), então ele estaria TEMENDO OS SEUS PRÓPRIOS LIDERADOS!
É como se você fosse chefe de determinada empresa e, de repente, chega alguns funcionários que estão a seu governo soberano, e você ao invés de mandar neles ou liderá-los, faz exatamente o inverso disso: teme aqueles a quem você manda e discrima os outros por medo dos seus próprios liderados! Isso tudo é um absurdo caso Pedro fosse realmente o papa. Ele iria dar o exemplo correto do que se deve fazer, e demonstrar a sua infalibilidade mostrando como é que se deve fazer com os gentios. E contra isso ele não iria temer nem os da circuncisão e nem os da parte de Tiago, precisamente porque eles seriam exatamente os seus próprios liderados a quem lhe deviam submissão total!
(5) O quinto ponto que podemos registrar a partir de tudo isso, encontra-se no verso 13 quando Paulo chama Pedro e os demais que o seguiram de... hipócritas! Ora, onde é que já se viu alguém prepotente ao ponto de chamar o próprio “papa infalível” de hipócrita? Se Pedro fosse realmente papa – e detentor da chamada “infalibilidade papal” -, então Paulo tentaria contornar o ocorrido respeitando a liderança superior de Pedro bem como a sua infalibilidade, ao que os católicos erroneamente atribuem ao papa por Cristo ter dito que Pedro teria as chaves do Reino dos Céus para “ligar e desligar” (Mt.16:19). Isso pode ser claramente identificado como uma mentira herética, já que TODOS os discípulos (e não apenas Pedro) possuíam a chave para ligar ou desligar (Mt.18:18). As “chaves” é um símbolo espiritual da pregação e abertura do evangelho aos não-cristãos, e não alguma coisa que garanta infalibilidade a alguém.
O único que tem a chave no sentido de abrir e ninguém fechar ou de fechar e ninguém abrir (ou seja, no sentido de infalibilidade) é Jesus Cristo (Ap.3:7). Até Paulo e Barnabé tinham as “chaves” para abrir a porta da fé aos gentios: “Chegando ali, reuniram a igreja e relataram tudo o que Deus tinha feito por meio deles e como abrira a porta da fé aos gentios” (At.14:27). Ora, o que é que Paulo usou para “ABRIR A PORTA”... aos gentios? Resposta – A chave! Paulo e Barnabé (At.14:27), assim como todos os discípulos (Mt.18:18), incluindo Pedro (Mt.16:19), tinham todos a “chave do Reino dos céus” a fim de “abrir a porta da fé aos gentios”. Os fariseus possuíam essa chave (Lc.11:52), mas como não foram obedientes a Deus, essa chave foi-lhes retirada a fim de passar as mãos de todos os cristãos que anunciam as boas novas do evangelho de Jesus Cristo àqueles que ainda não O conhecem verdadeiramente.
Tivemos que fazer esse acréscimo também para derrubar mais algumas falácias católicas, mas vamos voltar novamente ao tema da repreensão de Paulo a Pedro descrita em Gálatas. Já vimos que Paulo chamou Pedro de “hipócrita” (v.13). A palavra utilizada por Paulo foi “hupokrisis”, de onde advém a palavra “hipocrisia”, que também significa: “peça falsa, falsidade, dissimulação”. Isso certamente não ocorreria no caso de Pedro ser o líder máximo na Igreja em Roma, pois, de acordo com os católicos, o papa é infalível e, portanto, teria a AUTORIDADE para tomar a decisão que mais lhe aprouvesse sem temer algum “súdito” que lhe resistisse face-a-face e lhe chamasse de hipócrita por não estar seguindo o evangelho.
(6) E, por fim, a declaração de Paulo de que Pedro “não estava andando de acordo com a verdade do evangelho” (v.14). Se um católico qualquer afirmar que o papa não está andando de acordo com a verdade do evangelho, o mínimo que ele ganharia por recompensa seria a excomungação (na Idade Média, tal criatura seria queimada ou torturada agonizando até a morte, mas essa história fica pra um outro dia...). O papa, por ser para os católicos o “vigário de Cristo” que possui as “chaves do Céu”, não poderia ser acusado de não estar andando no evangelho. Se Pedro fosse papa, Paulo evitaria ao máximo de fazer tal menção com respeito a ele, uma vez sendo ele a autoridade máxima e, por isso, deveria ser o PRIMEIRO a estar andando de acordo com o evangelho.
O próprio papa ser insubmisso ao evangelho, mesmo que por um dado momento, é algo que inevocadamente não seria motivo de cartas de católicos a outros fieis. Pedro não é mencionado em lugar nenhum por Paulo como algum “exemplo” de cristianismo a ser seguido, o que seria no caso dele acreditar na infalibilidade de Pedro. Que Pedro tinha falhas doutrinárias teológicas, isso fica muito claro na própria exclusão dos gentios (doutrina herética pregada por alguns judaizantes recém-convertidos), e também no fato dele continuar considerando determinados alimentos impuros mesmo depois de Cristo considerar “puro todos os alimentos” (Mc.7:19).
Ainda assim Pedro considerava esses alimentos “impuros e profanos” (At.10:14). Isso tudo nos mostra que Pedro tinha falhas teológicas assim como todos nós. Pedro não era doutrinariamente infalível. Ademais, o próprio Pedro confessou ser “homem pecador” (Lc.5:8), e chegou a negar o Salvador três vezes (Jo.18:27). Alguém que nega a Jesus pode ser/se tornar infalível de uma hora para outra? Se Pedro era doutrinariamente infalível, então Pedro não iria ter censurado os incircuncisos ao ponto de Paulo ter que repreendê-lo na sua cara, pois ele como o supremo e infalível estaria certo na decisão que tomasse.
Por tudo isso – e muito mais – vemos que além de Pedro papa em Roma ser um mito ridículo e inaceitável a luz do todo das Escrituras, Pedro também não detinha infalibilidade doutrinária, pois não apenas era homem pecador (Lc.5:28), como também errava em doutrina (At.10:14; Gl.2:14), e isso bem depois de Mateus 16:18! O único ser infalível, completamente santo e puro, e que não erra, é Cristo (ver Ap.15:4). O motivo pelo qual Pedro “não estava andando de acordo com a verdade do evangelho” provém do fato óbvio de que ele não era doutrinariamente infalível na decisão que tomasse, nem era superior aos demais para que os mandasse, e muito menos era príncipe dos apóstolos para temer os enviados de outra pessoa.
Terminada as evidências de Gálatas, temos ainda uma das maiores provas que nos ajudam grandemente a ver que Pedro jamais esteve em Roma senão talvez para morrer no final de sua vida (como se tudo isso já não fosse suficientemente claro...). Essas são fortes evidências que nos deixam com duas opções: (1) Paulo odiava Pedro mortalmente; ou (2) Pedro não exercia cargo nenhum em Roma. Isso é claramente deduzível a partir do fato de que Paulo escreveu em Roma quatro cartas: Filipenses (61 d.C), Efésios (60 d.C), Colossenses (60 d.C), Filemon (60 d.C) e 2Timóteo (67 d.C). E – olhe só que misteriosa “coincidência”: Pedro não aparece em NENHUMA de todas as cinco cartas!
Ora, isso é inadmissível caso Pedro realmente se encontrasse em Roma. Afinal, veremos na continuidade deste estudo que Paulo enviava saudações no final de sua carta por pessoas (cristãos) que se encontravam em Roma, mas exatamente o nosso “papa” continua MISTERIOSAMENTE OMITIDO! Vamos analisar cada uma das cinco cartas a fim de ver se Pedro estava ou não em Roma. As cartas de Efésios, Filipenses, Colossenses e Filemon foram escritas por Paulo no mesmo período (60-61 d.C), enquanto esteve em prisão domiciliar registrada em Atos 28:14-31. Ele estava numa casa alugada, onde esteve por dois anos esteve livre para compartilhar o evangelho com todos os que se achegassem a ele.
Já a segunda epístola a Timóteo foi escrita nos anos 67 e 68d.C, após o incêndio em Roma, quando Paulo esteve preso pela segunda vez. Em absolutamente nenhuma delas esse tal papa que a ICAR diz que existia sequer é mencionado. Como já vimos, o apóstolo costumava saudar as pessoas no final de sua carta, e também mencionar pessoas que estavam junto a ele. Se Pedro estivesse em Roma, então ele certamente seria mencionado em TODAS as cinco cartas. Afinal, quem seria mais importante a ser mencionado senão o próprio papa da Igreja cristã? Mas vamos analisar como foram as saudações enviadas pelo apóstolo ao final de suas cartas em Roma:
“Epafras[1], meu companheiro de prisão por causa de Cristo Jesus, envia-lhe saudações, assim como também Marcos[2], Aristarco[3], Demas[4] e Lucas[5], meus cooperadores. A graça do Senhor Jesus Cristo seja com o espírito de todos vocês” (Fl.1:23-25)
Aqui vemos a menção de cinco pessoas que lá estavam por essa ocasião: Epafras (que também foi citado em outra carta de Paulo escrita em Roma - 1Cl.1:5-7), que estava junto com ele na prisão, e mais quatro que estavam livres: Marcos, Aristarco, Demas e Lucas. Ora, onde é que o nosso papa Pedro (solto ou livre) estaria fazendo em Roma se não foi mencionado por Paulo? Será que Pedro não era cooperador de Paulo no evangelho de Deus já que ele faz menção de cinco colaboradores mas Pedro nem sequer aparece na lista? Estaria dando Paulo um exemplo de insubmissão para com a liderança eclesiástica aos seus leitores? Ou será que é porque Pedro não exercia cargo nenhum em Roma? A resposta a essas indagações ficam ainda mais fácil quando analisamos o final das outras cartas:
“Saúdem a todos os santos em Cristo Jesus. Os irmãos que estão comigo enviam saudações. Todos os santos lhes enviam saudações, especialmente os que estão no palácio de César[1]. A graça do Senhor Jesus Cristo seja com o espírito de vocês. Amém” (Fp.4:21-23)
Na epístola aos Filipenses, Paulo prefere generalizar ao invés de citar nome por nome como fez em Filemon. Ele cita apenas “os irmãos que estão comigo” (v.21) enviando saudações, sem mencioná-los nominalmente. Mas perceba um detalhe de crucial importância: Paulo faz questão de ressaltar os que estão no "palácio de César”. Ora, por que razão ele faz menção ao palácio de César (um centro político e pagão), mas não faz menção nenhuma ao episcopado papal (ou a “Cátedra de Roma”), que seria muitíssimo mais importante, sendo nada a mais nada a menos do que a própria sede e centro de todo o cristianismo como querem os católicos?
Seria muio mais presumível que Paulo fizesse menção a Cátedra de Roma em lugar de (ou junto com) o palácio de César. Não estou diminuindo a importância daqueles que estavam no palácio de César, mas apenas acentuando o caráter de muito maior valor que seria a sede do cristianismo romano caso lá realmente residisse o papa. É inadimissível, portanto, crer que Paulo se lembraria dos que estavam no palácio de César mas se esqueceria daqueles que estavam na “Cátedra de São Pedro”! Vejamos também como o apóstolo conclui a sua carta aos Colossenses:
“Tíquico[1] lhes informará todas as coisas a meu respeito. Ele é um irmão amado, ministro fiel e cooperador no serviço do Senhor. Eu o envio a vocês precisamente com o propósito de que saibam de tudo o que se passa conosco, e para que ele fortaleça os seus corações. Ele irá com Onésimo[2], fiel e amado irmão, que é um de vocês. Eles irão contar-lhes tudo o que está acontecendo aqui. Aristarco[3], meu companheiro de prisão, envia-lhes saudações, bem como Marcos[4], primo de Barnabé. Vocês receberam instruções a respeito de Marcos, e se ele for visitá-los, recebam-no. Jesus, chamado Justo[5], também envia saudações. Estes são os únicos da circuncisão que são meus cooperadores em favor do Reino de Deus. Eles têm sido uma fonte de ânimo para mim. Epafras[6], que é um de vocês e servo de Cristo Jesus, envia saudações. Ele está sempre batalhando por vocês em oração, para que, como pessoas maduras e plenamente convictas, continuem firmes em toda a vontade de Deus. Dele dou testemunho de que se esforça muito por vocês e pelos que estão em Laodicéia e em Hierápolis. Lucas[7], o médico amado, e Demas[8], enviam saudações” (Cl.4:7-14)
Oito pessoas podem ser identificadas na carta de Paulo aos Colossenses, pessoas essas que certamente se encontrariam em Roma (de onde Paulo escrevia a carta). Perceba um detalhe no mínimo intrigante: Pedro novamente não é mencionado! Se Pedro fosse o papa, então deveria ser o primeiro de todos a ser mencionado por Paulo. O que vemos, contudo, é a menção de duas pessoas nas quais Paulo envia a eles: Tíquico e Onésimo, e mais seis nomes que continuariam por lá mesmo. São [apenas] esses: Aristarco [já mencionado em Filemon], Marcos [também já mencionado em Filemon], Epafras [também já mencionado em Filemon], Demas [também já mencionado em Filemon], Lucas [também já mencionado em Filemon] e Jesus [não, não é o Jesus que você está pensando].
Perceba aqui duas coincidências igualmente marcantes: (a) Pedro novamente não é mencionado; e (b) Os cinco mencionados em Filemon são novamente mencionados aqui em Colossenses. Isso nos mostra que existia um importante grupo que estava em Roma no qual Pedro simplesmente não fazia parte, razão pela qual Paulo não o cita em nenhuma de todas as cinco cartas que escreveu de lá. Apesar de Paulo ter uma súbita amnésia com relação ao papa Pedro, ele é rápido para lembrar-se de todos os outros cinco novamente! O mais interessante, contudo, vem quando ele escreve no verso 11 quais eram os ÚNICOS que eram da circuncisão que cooperavam com ele em favor do Reino de Deus.
Como bem podemos lembrar, o próprio Paulo afirmava que Pedro era o “apóstolo aos circuncisos” (Gl.2:8), sendo o seu ministério da circuncisão (Gl.2:7-9). Agora perceba o que Paulo escreve no v.11: “...estes são os únicos da circuncisão que são meus cooperadores em favor do Reino de Deus” (v.11). Diante do contexto, vemos que Paulo se referia a Aristarco (v.10), Marcos (v.10) e Jesus Justo (v.11). Veja também que Paulo não apenas esquece-se de Pedro, como também denota a IMPOSSIBILIDADE de algum outro da circuncisão estar com ele, pois estes recém-mencionados eram os ÚNICOS... da circuncisão (v.11). Os outros, contudo, ou não eram da circuncisão, ou então não eram cooperadores com Paulo no Reino de Deus (v.11).
Paulo não emprega excessões além daqueles, ao contrário, diz eles serem os ÚNICOS, o que exclui a possibilidade de qualquer outro. Diante disso, a coisa fica ainda mais complicada para Pedro (circuncisão - Gl.2:7-9), estar cooperando com Paulo na pregação do Reino de Deus em Roma. Temos três alternativas: (1) Paulo tinha uma amnésia gigantesca e era mentiroso; ou (2) Paulo tinha um ódio tão mortal a Pedro que fazia questão de ignorar o papa nas suas saudações e ainda enganar os seus leitores como se o papa não existisse; ou (3) Pedro não exercia nenhum cargo ministerial em Roma.
Como estou plenamente conviccto de que Paulo tinha as suas faculdades mentais em dia, de que a Bíblia não é mentirosa e que Paulo tinha Jesus no coração, segue-se logicamente a completa impossibilidade de que Pedro exercesse algum tipo de primado (ou qualquer outro papel ministerial) em Roma. A segunda epístola de Paulo a Timóteo aniquila de vez com o mito de Pedro como papa em Roma porque esse tal papa que a igreja católica diz que existia novamente também não é mencionado:
“Procure vir logo ao meu encontro, pois Demas[1], amando este mundo, abandonou-me e foi para Tessalônica. Crescente[2] foi para a Galácia, e Tito[3], para a Dalmácia. Só Lucas[4] está comigo. Traga Marcos[5] com você, porque ele me é útil para o ministério. Enviei Tíquico[6] a Éfeso (...) Procure vir antes do inverno. Êubulo[7], Prudente[8], Lino[9], Cláudia[10] e todos os irmãos enviam-lhe saudações. O Senhor seja com o seu espírito. A graça seja com vocês” (2Tm.4:9-12, 21,22)
Nessa última carta de Paulo escrita em Roma, já na sua segunda prisão (67 – 68 d.C), quando Pedro já devia estar há 20 anos no poder a essa altura, há notantes diferenças em relação a carta escrita por ele a Filemon e a carta por ele escrita aos Colossenses. Nestes sete a oito anos passados, houve algumas mudanças no cenário: Demas, que o havia acompanhado nas duas últimas ocasiões, já o havia abandonado (v.9), e mais duas pessoas tinham tomado rumos diferentes: Crescente e Tito. Apenas Lucas (grande homem esse) continuava junto com Paulo ao seu lado no ministério. Isso nos mostra que Pedro não cooperava com o ministério de Paulo, uma vez que ele, ao dizer “Só Lucas” – exclui a possibilidade de que houvesse mais algum outro.
Isso liquida com as pretenções romanistas de colocar Pedro e Paulo juntos em Roma. É certo que apenas este segundo estava (e não o primeiro) em Roma esse tempo todo em que passou preso. Nada de Pedro nos é mencionado; ao contrário, vemos a completa omissão de Pedro nas saudações finais de suas epístolas em Roma (embora ele certamente sempre se lembrasse de Lucas, Demas, Marcos, etc – só se esquecia de Pedro... SEMPRE!). Além disso, certas condições tais como “únicos da circuncisão” ou “só Lucas está comigo” denotam a impossibilidade de que de fato Pedro também estivesse junto com Paulo em Roma. Além disso, é notável mais quatro irmãos que enviam saudações a Timóteo, a saber: Êubulo, Prudente, Lino e Cláudia (v.21). Novamente, Pedro simplesmente é invisível.
Nota-se portanto que, se Pedro estivesse como papa em Roma, o conflito dele não era apenas com Paulo, mas também com Timóteo! Nem Paulo manda saudações a Pedro quando escreve aos romanos, e nem Pedro manda saudações a Timóteo quando estaria com Paulo em Roma. Tudo isso é facilmente explicado como decorrência do fato de que Pedro nunca exerceu algum cargo ministerial em Roma. Tudo começa, assim, a fazer nexo e sentido no todo. Infelizmente, a Igreja católica não pode assumir esta posição lógica, óbvia e evidente, não apenas por causa da sua cegueira e deficiência espiritual ou do medo de seguir a Bíblia, mas principalmente porque isso seria a própria ruína da doutrina do papado que seria colocada em “cheque-mate”, o que evidentemente é impossível de ser aceito pelos romanistas.
Outro fato interessante é o que Paulo escreve nessa mesma carta de 2Timóteo: “Ninguém me assistiu na minha primeira defesa, antes todos me desampararam. Que isto lhes não seja imputado” (2Tm 4:16). Ora, onde é que estava Pedro? O fato é que Pedro não era o pastor e nem o bispo de Roma, pois, doutro modo, teria poder e autoridade para ajudar Paulo quando este esteve em Roma. Ao que parece, ou Pedro realmente não administrava NADA EM ROMA, ou então o conflito dele com Paulo é bem maior do que pensávamos! Ao que Paulo escreve que “TODOS” me desampararam, exclui a possibilidade de Pedro estar com ele, e ele não iria se esquecer precisamente do papa! Pedro seria o único com autoridade marcante em Roma para ajudar o apóstolo, mas infelizmente não é isso o que nós vemos acontecer!
Também podemos perceber que o próprio autor de Hebreus (autoria desconhecida) escrevia da Itália (Hb.13:24), mas também ao longo de todo o livro não vemos sequer uma única menção a esse tal “papa” que a igreja católica diz que existia. Se Pedro fosse papa em Roma, então certamente tal autor teria feito menção dele. O nosso próximo passo, agora, será analisar as próprias epístolas escritas por Pedro, a fim de ver se ele se colocava como o “príncipe dos apóstolos” ou apenas como mais um “presbítero” juntamente com os demais. Primeiramente, é de grande importância descobrir de onde Pedro escrevia tal carta. Se Pedro estivesse em Roma, então ele certamente mencionaria tal fato. Contudo, para o mais novo desespero do clero católico, ele afirma claramente onde é que ele estava... e veja só que “INCRÍVEL”: Não era de Roma!
“Aquela que está em Babilônia, também eleita, envia-lhes saudações, e também Marcos, meu filho” (1Pe.5:13)
Diante dessa mais nova evidência tão clara que novamente destrói com o mito católico do primado de Pedro em Roma, alguns padres se juntaram e tiveram uma “brilhante” ideia na cabeça: dizer que a “Babilônia” é simplesmente... isso mesmo, Roma! E como eles fizeram isso, se não adulteraram a Bíblia? Simples, preferiram inventar que Pedro estava sendo sinistramente misterioso e passou aos seus leitores algo do tipo de “CÓDIGO SECRETO” para os seus humildes leitores decifrarem; e, é claro, eles saberiam que a Babilônia ali descrita seria uma referência a Roma, pois identificariam com facilidade esse código secreto que Pedro lhes enviou.
Embora essa seja uma teoria conspiratória de caráter sinistro e altamente misterioso (e eu amo coisas altamente sinistras), isso só colabora ainda mais para confirmar o fato já tão exposto ao longo de todo este estudo: Que Pedro em Roma só pode ser um verdadeiro MISTÉRIO mesmo! Ora, qualquer leitor honesto da Bíblia que não a leia com as lentes de Roma percebe que essa é uma: (a) deturpação do texto bíblico que não diz nada de Roma; (b) adulteração dos ensinos bíblicos acerca de onde se encontrava Pedro; (c) interpretação inequivocadamente equivocada; (d) um total e completo ACHISMO para encaixar as doutrinas heréticas da Igreja de Roma; e (e) um disparate contra a coitada da cidade da Babilônia...
Podemos enumerar inúmeros motivos pelos quais a “Babilônia” na qual Pedro escreve não diz respeito, de modo algum, a Roma. Essa é uma clara deturpação do texto bíblico como fruto de uma TENTATIVA COMPLETAMENTE DESESPERADA de contornar o fato de que Pedro realmente não se encontrava em Roma coisa nenhuma. Como os padres chegaram a “brilhante” conclusão de que a Babilônia agora virou Roma, nós não sabemos, mas temos várias provas de que de modo nenhum pode ser de Roma que Pedro escrevia. Vejamos:
(1) Ora, sabemos que a Babilônia historicamente existia no século I d.C como cidade pequena à beira do Eufrates. Isso é HISTÓRIA, e não o ACHISMO católico. Os católicos se baseiam no PURO ACHISMO para dizer que é Roma, enquanto a HISTÓRIA confirma o que está claramente exposto no texto bíblico: Pedro escrevia na Babilônia, ainda existente em seus dias.
(2) Além de a própria Babilônia continuar subsistindo como província no século primeiro, ainda temos mais lugares nos quais o autor pode se identificar, a saber: (a) a Babilônia egípcia, posto militar; ou (b) na Babilônia da Mesopotâmia. Qualquer uma dessas outras duas opções disponíveis de lugares seria viável tendo em vista o que Pedro escreve em 1Pe.5:13 referindo-se a Babilônia como o local de onde ele escrevia. O único lugar onde ele NÃO poderia ter escrito seria em Roma ou em qualquer outro lugar que NÃO fosse a Babilônia, seja como província, como posto militar ou a Babilônia da Mesopotâmia.
(3) Tendo em vista que tais lugares ainda subsistiam em seus dias, é inócuo crer que a referência não seja a nenhum destes lugares, uma vez sendo que, se Pedro estivesse escrito em algum destes três lugares identificados como “Babilônia”, ele teria escrito que escrevia da onde? É claro, da Babilônia, oras! Agora imagine, por exemplo, Pedro escrevendo realmente da Babilônia (ainda existente em seus dias como foi posto acima), e escrevesse aos seus leitores dizendo que ele se encontrava na Babilônia (como obviamente seria de se esperar), aí depois de séculos vem os “teólogos” romanistas tentar tirar Pedro de lá e o colocarem em outro lugar!
Ora, se Pedro estivesse na Babilônia, ele teria escrito que estava na Babilônia. E foi exatamente isso o que aconteceu! Ademais, se levarmos em consideração que qualquer uma destas três opções levantadas acima são lugares viáveis os quais Pedro poderia de fato estar, é inútil crer que os seus leitores não se identificassem com nenhum deles, mas, ao contrário, se identificarem com uma outra cidade de nome diferente e que não condiz com o que Pedro escrevia! Não faz senso.
(4) Uma das provas mais fortes, no entanto, vem do próprio verso de 1Pe.5:13. Isso porque o próprio contexto de 1Pe.5:13 não é NEM UM POUCO “figurado” e nem “enigmático”, como seria no caso dele estar empregando esse tipo de linguagem. Ao contrário, Pedro escreve da mesma forma como todos os apóstolos fazem em todas as suas epístolas, enviando saudações em um contexto absolutamente simples e comum. Uma coisa é você pegar um livro de “Apocalipse” (cheio de figuras enigmáticas e repleto de simbolismos) e dizer que certa menção é metafórica.
Outra coisa completamente diferente é você pegar uma epístola doutrinária apostólica com suas naturais saudações normais e mandar chumbo de “figura enigmática” nela! Ademais, já imaginou se fizéssemos isso com todas as outras epístolas apostólicas? Nós NUNCA saberíamos quem é que foi que escreveu a carta e nem de onde escrevia ou para quem escrevia aquilo.... afinal, poderia ser tudo metáfora enigmática, certo? Ora, isso é inadmissível, irmão! Não se lê a Bíblia desta forma! Quem faz uma coisa dessas com a Bíblia tem que naturalmente desconfiar e muito de todo o restante das Escrituras e não acharia NADA seguramente confiável nela!
(5) Mais um ponto de fundamental importância, é ressaltarmos aqui que não há prova NENHUMA de que o termo “Babilônia” tivesse sido usado como figura de Roma antes da revelação do Apocalipse, escrito entre 90 e 95 d.C, décadas depois das epístolas de Pedro! Ora, como é que Pedro iria saber que a Babilônia é uma figura profética de Roma se tal termo só foi utilizado pela primeira vez DÉCADAS depois de suas cartas? E como é que os seus leitores conseguiriam identificar “Roma” onde está escrito “Babilônia” se tal termo não era corrente em suas épocas, ainda mais considerando que o contexto de 1Pe.5:13 é simples e comum? Definitivamente as tais “““intepretações””” romanistas não passam de puro achismo exacerbado que não resiste a uma questão de lógica simples e coerente, de tão fraca que é.
(6) Essa questão aqui fere diretamente os conceitos católicos: Ora, se a própria ICAR afirma ser JERUSALÉM e não ROMA a “Babilônia do Apocalipse”, por que exatamente no caso de Pedro a Babilônia deixaria de ser Jerusalém e se tornaria Roma? Os católicos devem ser coerentes aqui. Se a menção de 1Pe.5:13 é tão sinistramente enigmática assim, então a tal “Babilônia” que não é Babilônia tem que ser “identificada” como sendo Jerusalém, e não Roma. O mais engraçado é eles pregarem que Babilônia é metafórica por causa do seu uso figurativo no Apocalipse, sendo que no próprio Apocalipse os católicos não a identificam como sendo Roma, mas sim Jerusalém! Dois pesos, duas medidas.
(7) Outro fator que derruba a dita “interpretação” do catolicismo é o fato de Pedro ELOGIAR a tal “Babilônia”: “Aquela que está em Babilônia, também eleita, envia-lhes saudações, e também Marcos, meu filho” (1Pe.5:13). Ora, por essa época se matavam cristãos em Roma, os torturavam, acabavam com a raça deles, como disse o próprio historiador Tácito (55 – 120 d.C): “Em suas mortes, eles foram feitos objetos de esporte, pois foram amarrados nos esconderijos de bestas selvagens e feitos em pedaços por cães, ou cravados em cruzes, ou incendiados, e, ao fim do dia, eram queimados para servirem de luz noturna” (Tácito, Annales, XV.44).
Agora imagine você, querendo passar uma MENSAGEM MISTERIOSAMENTE SECRETA a ser desvendada pelos seus leitores, ao invés de passar a imagem de algo cruel, sanguináreo e maligno, faz exatamente o inverso disso: Diz que ela é “ELEITA”! Ora, em circunstância NENHUMA os seus leitores a identificariam como sendo ROMA, QUE MATAVA E TORTURAVA OS CRISTÃOS! Isso seria um absurdo de ser admitido. O próprio Pedro não iria querer passar tão grande confusão aos seus leitores caso o seu objetivo fosse que eles “desvendassem” a “Babilônia” como sendo Roma.
(8) E, finalmente, a maior de todas as evidências reside simplesmente no ponto: Por que razão, causa, motivo ou circunstância Pedro empregaria uma linguagem metafórica onde poderia perfeitamente ser feito o uso de linguagem real? A alegação dos católicos de que a perseguição contra os cristãos em Roma era motivo de Pedro fazer uso de tal “figura de linguagem”, se depara com uma série de contradições lógicas contra isso. Em primeiro lugar, se fosse assim, então nem a própria carta poderia ser escrita! Por que APENAS A PARTE FINAL DA SAUDAÇÃO EM “BABILÔNIA” DEVERIA SER SECRETA, SE OS ROMANOS IRIAM CONFISCAR TODA A CARTA? Ora, tal saudação final seria algo irrelevante em comparação com todo o resto do conteúdo de TODA a carta, em que Pedro NUNCA faz uso de linguagem enigmática alguma!
Se a carta inteira pôde ser escrita, então a saudação final com o lugar onde ele estava também poderia perfeitamente ser redigida sem problemas. Em segundo lugar, vemos ao longo de todas as cartas apostólicas que, embora a perseguição já fosse algo presente, nenhum apóstolo precisou omitir o nome de “Roma” de suas epístolas! Paulo, por exemplo, escreve aos Romanos e não tem nenhuma dificuldade em relatar inúmeras vezes tal menção em suas epístolas. Ao contrário, ele declara abertamente: “A todos os que em Roma são amados de Deus e chamados para serem santos: A vocês, graça e paz da parte de Deus nosso Pai e do Senhor Jesus Cristo” (Rm.1:7).
Veja que Paulo de forma alguma precisou dizer que eles estavam “na Babilônia” ou em algum outro lugar caso fosse tão horrivelmente terrível mencionar o nome de Roma como querem os católicos no caso da epístola de Pedro. Além disso, vemos que Lucas (o escritor de Atos que massacrava os achismos católicos) escrevia abertamente sobre Roma em seu livro, que só terminou de ser escrito em meados da década de 70 (séc.I), como vemos em inúmeras referências claras e diretas (At.19:21; 28:14; 28:16; 23:11; 18:2; 2:10; 28:15; 25:5; 16:38; 16:12; 22:28; 28:17; 22:26; 16:21; 22:27; 21:31; 26:15; 16:37; 23:27; 22:29; 22:25).
Essas 21 passagens nos mostram que Lucas, que escreveu seu livro em uma época de tanta perseguição quanto o próprio Pedro sofria em sua época, não tinha receio de falar abertamente com relação a Roma. Por que Pedro teria? Além disso, o apóstolo Paulo escreveu 2Timóteo na mesma época da epístola pedrina (67 – 68 d.C), e isso não o impediu de falar abertamente sobre Roma, sem precisar “metaforizar babilonicamente” (2Tm.1:17). Portanto, é ridículo crer que Pedro, que tinha a palavra “Roma” pronta, a mão, que poderia perfeitamente ter sido utilizada, preferisse ao invés disso fizesse uso de linguagem extremamente metafórica onde a cidade mencionada não tem nada a ver com Roma, em um contexto onde também nada aponta para questões enigmáticas e empregando uma figura que não existia senão no Apocalipse escrito bem depois disso.
Mais as evidências não acabam por aqui. Elas estão apenas começando (isso sim é realmente sinistro). Derrubado o achismo inventado de que Pedro escrevia em “Roma”, agora passaremos a ver se ele se colocava como o “príncipe dos apóstolos” ou apenas como mais um “presbítero” juntamente com os demais. Isso não é nem um pouquinho difícil ou complicado de ser encontrado: “Portanto, apelo para os presbíteros que há entre vocês, e o faço na qualidade de presbítero como eles e testemunha dos sofrimentos de Cristo” (1Pe.5:1). Veja que Pedro não se portava de modo superior como se fosse detentor de uma suposta “primazia” sobre eles. Ao contrário, identifica-se como sendo “presbítero como eles”, isto é, igual a eles!
O próprio papa não pode identificar-se desta meneira porque, para os católicos, ele é o único vigário de Cristo e representante de Deus na face da terra. Isso é uma mentira ridícula, pois todos nós devemos ser “embaixadores de Cristo” (2Co.5:20). Quem não é representante de Cristo nem sequer pode ser considerado um cristão! O papa jamais pode ser considerado, em momento algum, como o único representante de Cristo na terra. Ainda mais quando vemos todos os massacres ao longo da História e todos os vários casos de pedofilia, pornocracia, assassinato e outras atrocidades cometidas pelos papas ao longo da História, é muito mais fácil chegarmos a conclusão de que o papa é o vigário do Diabo do que de Cristo (como fez Dante retratando vários papas no inferno...!).
É certo que Pedro não pode ser considerado da mesma forma porque Pedro nunca foi papa. Ele não aceitava que os outros se ajoelhassem diante dele (At.10:25,26), algo muito diferente do que os papas historicamente aceitam receber. Quando Cornélio, um homem que a Bíblia admite ser “justo e temente a Deus” (At.10:22), se ajoelha perante Pedro (possivelmente acreditando que era mera “reverência” e nada a mais...), este o manda levantar-se, alegando que era “homem como ele” (At.10:26). Quanta diferença em relação aos papas que aceitam que os fieis se prostrem até os seus pés, beijem a sua mão, se dobrem diante dele como se fosse algum tipo de deus! Pedro também não poderia ter instituído o celibato, pois era casado (1Co.9:5), e tinha sogra (Mt.8:14)!
Infelizmente os papas atuais não podem seguir o exemplo de Pedro.... que pena!!! Pedro também “não tinha ouro e nem prata” (At.3:6), mas os papas possuem enormes somes de ambos, se adornando sobre pedras preciosas e se deleitando de inúmeras riquezas! O contraste é tão gritantemente marcante que é melhor pararmos por aqui. Melhor voltarmos logo ao que Pedro escreve: “Portanto, apelo para os presbíteros que há entre vocês, e o faço na qualidade de presbítero como eles e testemunha dos sofrimentos de Cristo, e participante da glória que se há de revelar: Apascentai o rebanho de Deus, que está entre vós, tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto; Nem como tendo domínio sobre a herança de Deus, mas servindo de exemplo ao rebanho” (1Pe.5:1-3).
Tal passagem acima liquida inteiramente com mais um dos [vários] mitos católicos que estão sendo destronados: que só Pedro que deveria “apascentar as ovelhas”. Os católicos baseiam mais essa doutrina herética baseando-se no texto de João 21:17 em que Jesus disse a Pedro para que ele apascentasse as ovelhas. Concluem, sem prova alguma, que Pedro assim virou “papa” e começou a mandar nos outros. Isso é uma doutrina claramente falsa, uma vez que é dever de TODOS (e não somente de Pedro) apascentar as ovelhas. Cristo disse especificamente a Pedro nesta ocasião por causa das negações do apóstolo mencionadas anteriormente neste artigo. Pedro negou a Jesus três vezes, e este lhe deu a oportunidade de reafirmar o seu amor por ele também por três vezes.
O “apascentar as ovelhas” não transforma Pedro em uma espécie de “papa infalível”, precisamente porque o “apascentai o rebanho de Deus” (1Pe.5:2) é dito a TODOS os presbíteros da igreja e não somente a Pedro (1Pe.5:2). Isso, é claro, não transforma todos aqueles presbíteros em vários “papas”. Apascentar as ovelhas significa chamar um servo obediente ao trabalho; a fim de trabalhar na “vinha do Senhor” (Mc.12:9) para o ministério do Seu Reino na terra. É tarefa de todos nós apascentarmos as ovelhas, pois nós somos o “sal e a luz deste mundo” (Mt.5:13,14). Foram as palavras de Cristo: “Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura” (Mc.16:15). É dever de todos nós apascentarmos as ovelhas.
Semelhantemente, Paulo afirma a TODOS os bispos e presbíteros da igreja: “Cuidem, pois, por vós, e por todo o rebanho sobre que o Espírito Santo vos constituiu bispos, para apascentardes a igreja de Deus, que ele resgatou com seu próprio sangue” (At.10:28). Percebeu? Era dever de TODOS os bispos apascentarem a igreja de Deus, conduzirem o rebanho, cuidarem das ovelhas! Afinal, foi para isso mesmo que eles foram constituídos mestres e pregadores da Palavra! Vemos, portanto, derrubada mais este mito pregado pela Igreja Romana.
O fato é que o clero papal consegue “brilhantemente” grifar meia dúzia de versos bíblicos completamente descontextualizados, com uma interpretação de texto terrível e que não são confirmados pelo restante das Escrituras, e deste modo conseguem iludir facilmente os seus fieis, que infelizmente não tem tanta vontade assim de abrir a Bíblia a fim de derrubar as “heresias destrutivas” (2Pe.2:1) propagadas por “lobos cruéis que não poupam o rebanho” (At.20:29), ao contrário, como “incautos e instáveis torcem as Escrituras, para a própria destruição deles” (2Pe.3:16).
Se o objetivo de Cristo fosse elevar o papel de Pedro de “apascentador de ovelhas” para “príncipe dos apóstolos” (como pregam os romanistas), então decerto teria dito que ele seria “pastor dos pastores”, e não “pastor de ovelhas”! Isso nos mostra claramente que Pedro era meramente mais um “pastor de ovelhas” (Jo.21:17), assim como também deveriam ser todos os presbíteros (1Pe.5:2) e bispos (At.10:28), e não o PRÓPRIO “PASTOR DOS PASTORES”! Pedro era meramente mais um pastor de ovelhas, e não pastor dos pastores, o que seria no caso de Pedro ser o “PRÍNCIPE DOS APÓSTOLOS”! Cristo não intitulou Pedro de pastor dos pastores! O único que pode ser considerado de “pastor dos pastores” não é o “papa” (que na ICAR manda em todos os outros bispos existentes no catolicismo), mas sim unicamente Jesus Cristo. Isso fica muitíssimo claro quando o próprio Pedro escreve:
“Quando se manifestar o Supremo Pastor, vocês receberão a imperecível coroa da glória” (1Pe.5:4). Pereceba que este verso é a continuação dos outros três que já passamos aqui, nos quais vemos que: (a) Pedro se igualava ao patamar dos demais presbíteros, ao invés de se colocar acima deles em liderança (v.1); (b) a função de todos os bispos e presbíteros (e não somente de Pedro) era “apascentar as ovelhas” (v.2); (c) Pedro era mais um “pastor de ovelhas” e não “pastor dos pastores” (Jo.21:17); e (d) O “Supremo Pastor” não é o próprio Pedro, mas sim Jesus (v.4). Esse último ponto é de fundamental importância aqui neste estudo. O catolicismo atribui ao papa o caráter de “Sumo Pontífice”. Sabemos que este termo tem sua origem, na realidade, no resultado de um puro sincronismo com as religiões pagãs e politeístas, séculos mais tarde:
"Ele [Constantino I] continuou a usar linguagem monoteísta vaga que qualquer pagão aceitaria. Durante os primeiros anos de sua supremacia, ele realizou pacientemente todo o cerimonial que dele era requerido por ser o Pontifex Maximvs do tradicional culto [pagão]. Ele restaurou templos pagãos [posteriormente transformados em igrejas]… Ele usou tanto ritos cristãos quanto pagãos na dedicação de Constantinopla. Ele usava fórmulas mágicas para proteger a colheita e curar doenças." (Will Durant, historiador, na obra "Caesar and Christ", página 656)
Com isso, os católicos colocam o “papa” acima de qualquer bispo, de qualquer cardeal, de qualquer presbítero ou qualquer outra liderança dentro da Igreja Romana. Com Pedro não era assim, porque, como vimos, ele se colocava “na qualidade de presbítero como eles” (1Pe.5:1), ou seja, igual a eles, e não “maior” ou “superior” a eles. Se Pedro fosse papa, teria simplesmente dito: “faço isso na qualidade de papa” ou “líder de vocês”! O próprio Pedro se apresentava em suas epístolas como “apóstolo” (1Pe.1:1), “servo” (2Pe.1:1) e “presbítero” (1Pe.5:1), sem jamais referir-se a si mesmo como alguma função maior do que essas ou como sendo a liderança máxima da Igreja cristã.
Dizer isso é um ultraje contra as próprias cartas escritas por Pedro! Ora, se o próprio Pedro não se identificava como sendo essa “liderança máxima”, mas sim como mais um presbítero como os demais, então quem é essa liderança? O próprio Pedro responde, como vimos: “Quando se manifestar o Supremo Pastor, vocês receberão a imperecível coroa da glória” (1Pe.5:4). O “Supremo Pastor” (podemos até chamar de “Sumo Pontífice”...) não era o papa, mas sim Jesus! Era Jesus o Supremo Pastor, e não Pedro. A palavra aqui utilizada por Pedro é, no original grego, “archipoimen”, que significa exatamente:
Strong’s Concordance
4166 - um pastor de cabeça: - pastor-chefe.
E esse “cabeça dos pastores”, esse “pastor-chefe”, não era Pedro (que a ICAR chama de “príncipe dos apóstolos”, “sumo pontífice”, etc), mas sim o próprio Senhor Jesus! Veja que coisa mais maravilhosa: Pedro se coloca no mesmo patamar dos demais presbíteros e se qualifica como um deles (v.1), e depois aponta para quem é o “pastor-chefe” deles: Cristo! Aleluia!!! Isso desmonta completamente com toda uma teologia católica que coloca Pedro como o “pastor-chefe” de todos os presbíteros e apóstolos. Como bem podemos observar, o ÚNICO pastor-chefe dos cristãos é Jesus, e não Pedro ou papa nenhum! É apenas a Cristo Jesus que devemos total submissão, sendo os demais meros seres humanos falíveis e pecadores. Cristo – e não o papa – é, e sempre foi, o único pastor-chefe dos cristãos.
JESUS CRISTO, O PASTOR-CHEFE DOS CRISTÃOS |
APÓSTOLOS, BISPOS E PRESBÍTEROS QUE APASCENTAM O REBANHO DE DEUS |
REBANHO |
Até o fim deste presente estudo, analisaremos mais várias outras provas e evidências bíblicas de que não existia primado na igreja cristã primitiva. Tal situação só se tornou realidade para o cristianismo após o sincronismo entre o cristianismo “puro e sincero de devoção somente a Cristo” (2Co.11:3) com as religiões pagãs de Roma do quarto século depois de Cristo, união essa que deu origem ao que chamamos de “Catolicismo Romano”. A reforma de Lutero (embora outros reformistas houvessem vindo antes dele) deu origem a um processo de reformulação na Igreja a fim de colocá-la de volta dentro daquele cristianismo primitivo tão severamente castigado e abandonado pelos séculos que se passaram, quando a semente da mentira, do erro e do engano fez com que temporariamente o cristianismo sincero fosse abandonado, deixando de ser como “uma virgem pura prometida em casamento a somente um homem, que é Cristo” (2Co.11:2), quando “mudaram a verdade de Deus em mentira, e honraram e serviram mais a criatura do que o Criador” (Rm.1:25).
O evangelho deixou de ser Cristocêntrico, e a Igreja Romana, quando tomou o poder, transformou o cristianismo puro e simples que tinha “um só Senhor, Jesus Cristo, por meio de quem vieram todas as coisas e por meio de quem vivemos” (1Co.8:6) em um cristianismo cheio de vários “senhores” e “senhoras” (Nossa Senhora Aparecida; Nossa Senhora da Boa Morte; Nossa Senhora disso e daquilo, etc...), passando quilômetros de distância daquilo que os primeiros cristãos faziam questão de pregar: “Portanto, meus amados, fugi da idolatria” (1Co.14:10). O próprio apóstolo Paulo JAMAIS chegou a imaginar este misticismo completamente pagão com certa “carinha cristã” pregada pelo catolicismo romano, precisamente porque também desconhecia inteiramente a tal “liderança” do papa. Veja só que coisa: “E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e mestres” (Ef.4:11).
Assim vemos que BIBLICAMENTE o cargo de “papa” ou “príncipe dos apóstolos” só existe mesmo na cabeça dos lobos em pele de cordeiro que tiveram a ideia de inventar o cargo de “papa” para imitar o tradicional culto pagão. Quando houve o sincronismo com as religiões pagãs do Império Romano, tais “lobos” tomaram para si o título que anteriormente pertencia aos imperadores romanos - Máximo Pontífice. Paulo é diretamente contra esse sincronismo pagão, precisamente porque ele não reconhecia o cargo de liderança papal na Igreja cristã primitiva (Ef.4:11). Ora, se Pedro tivesse alguma primazia em especial, Paulo teria sido no mínimo “desonesto” com o seu colega de trabalho! Ele estaria sendo no mínimo insubmisso com tal liderança infalível dentro da Igreja cristã! Estaria não-reconhecendo tal “liderança” para os seus leitores! Passando por cima do seu próprio “chefe”, o “príncipe dos apóstolos”!
Já pensou se os efésios realmente acreditassem que não existe esse tal papa, uma vez sendo que Paulo lhes omite isso completamente? Que tipo de católico decente que “SE ESQUECE” de mencionar simplesmente o cargo MAIS IMPORTANTÍSSIMO dentro do catolicismo? Francamente, mas essa enganação histórica não engana nem a mais incauta das mentes. Deve ser por isso que “o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo” (2Co.4:4). Apenas por este meio que uma mentira dessas, tão gritantemente absurda para ser admitida por qualquer mente honesta, possa ser acreditada por tantas pessoas ao redor do mundo, que infelizmente se mantém cegas em seu entendimento sem que a luz de Cristo lhes resplandeça essas verdades. A Bíblia como conteúdo histórico faz calar qualquer teólogo católico no seu delírio de que Pedro era papa ou o líder da Igreja em Roma.
Paulo também afirma que “ainda que tenhais dez mil aios em Cristo, não tendes contudo muitos pais; pois eu pelo evangelho vos gerei em Cristo Jesus” (1Co.4:15). Paulo não teria dito isso caso reconhecendo Pedro como sendo o maior “pai [papa]” da Igreja cristã. Se fosse assim, então logicamente ele escreveria que os coríntios estariam submetidos à liderança de UM PAI [PAPA], QUE SERIA PEDRO. O fato de Paulo usar o termo no plural (e não fazer nenhuma referência direta ou mesmo indireta a Pedro) nos revela que ele não imaginava que Pedro ou algum outro fosse a ÚNICA maior liderança dentro do cristianismo primitivo, exercendo supostamente uma “primazia” sobre os demais apóstolos e sobre todo o rebanho. Paulo não diz: “Vocês tem um papa, Pedro”; mas sim que eles não tem “muitos pais” [plural], e que ele (Paulo, e não Pedro) os havia gerado em Cristo (espiritualmente). Isso não contradiz o ensino de Jesus, que também é uma bomba contra o papa dos católicos:
“E a ninguém na terra chameis vosso pai, porque um só é o vosso Pai, o qual está nos céus” (Mt.23:9)
A expressão “Papa” advém da palavra “Pai” e significa precisamente a mesma coisa. Nunca devemos chamar um líder religioso de “Papa”, pois isso contradiz flagrantemente o que ensinou Jesus (Mt.23:9). Não é difícil desmascarar o tal “papa”, uma vez que o próprio título que ele sustenta é falso. Evidentemente Jesus não estava se opondo a qualquer tipo de “pai”. O contexto de tal afirmação de Cristo nos mostra que ele estava se referindo a considerar seres humanos como mestres espirituais infalíveis, e não que ele se opunha a termos mentores espirituais falíveis. Paulo, por exemplo, foi um pai espiritual de Timóteo (1Co.4:15). Contudo, ele teve o cuidado de instruir seus filhos na fé a que somente fossem seus imitadores "como eu sou de Cristo" (1Co.11:1).
Demonstrar respeito o nosso líder espiritual é uma coisa, mas lhe conceder obediência incondicional e a reverência que somente a Deus devemos dar, isso é outra coisa. Os católicos, contudo, creem que o seu “papa” é um ser fantástico: doutrinariamente infalível, o “Sumo Pontífice”, “Supremo Pastor”, a quem os católicos lhe devem obediência incondicional, como líder eclesiástico religioso. Isso é um claro ultraje contra o que Cristo ensinou em Mateus 23:9. Existem determinadas passagens que entraram na Bíblia precisamente para derrubar certos mitos que surgiram séculos mais tarde, e a frase de Jesus em Mateus 23:9 é um claro exemplo disso. Outras várias passagens das Escrituras nos deixam claro que Pedro não exercia e nem exerceria um papel proeminente como “príncipe” entre os demais apóstolos.
Em Mateus 18:1, os discípulos perguntaram a Jesus: “Quem é, porventura, o maior nos reinos dos céus?” (Mt.18:1). Veja que oportunidade mais fantasticamente maravilhosa para Cristo afirmar a superioridade de Pedro como “príncipe” dentre os demais discípulos! Ora, se Pedro fosse assegurar a posição especial que lhe fosse atribuída séculos mais tarde pela igreja católica, como o “príncipe dos apóstolos”, então certamente Jesus iria afirmar tal coisa direta ou indiretamente, tal como qualquer católico de bom senso faria. Afinal, Pedro seria nada a mais nada a menos do que a pedra de fundamento, o infalível pontífice que estaria à frente da Igreja cristã. Mas Jesus não disse nada disso! Os discípulos também estavam debatendo entre si sobre “qual deles parecia ser o maior” (Lc.22:24).
Em primeiro lugar, tal discussão não seria levantada caso já tivesse ficado claro que Pedro era o líder (maior) dentre eles. Tal debate no capítulo 22 de Lucas (que possui um todo de 24 capítulos) não seria levantada senão se os discípulos realmente não tivessem ideia de alguma superioridade revelada pelo Mestre a eles. Isso desmonta com a hipótese de que Pedro já era o “queridinho do Mestre” ou o escolhido para “reinar” entre eles. Se houve algum privilegiado neste sentido, então esse tal deveria ser João, o “discípulo amado” (Jo.16:26). Tal discussão não teria sido levantada se Pedro já fosse ou maior ou se ele viesse a ser o maior. Mas o mais interessante disso é a própria resposta de Jesus a esta indagação entre eles. Para o total e completo fracasso e desespero de todos os católicos, ao invés dele ter ensinado que seria Pedro o líder deles, o que Cristo realmente disse foi isso:
“Levantou-se também entre eles contenda, sobre qual deles parecia ser o maior. Ao que Jesus lhes disse: Os reis dos gentios dominam sobre eles, e os que sobre eles exercem autoridade são chamados benfeitores. Mas vós não sereis assim; antes o maior entre vós seja como o mais novo; e quem governa como quem serve” (Lc.22:24-26)
Que bomba jogada no colo do Vaticano! Enquanto eles dominam sobre os seus fieis que lhe devem obediência incondicional, exercendo autoridade sobre todas as outras sedes, o que Jesus disse foi exatamente o contrário disso! Aqui Jesus repudia absolutamente a teologia do primado de Pedro, pois, se Pedro fosse exercer um primado sobre os demais, então Cristo teria confimrado tal história ou então lhes teria indicado isso. Contudo, o que Jesus realmente ensinou foi que: (1) não existiria ninguém “maior” dentre os discípulos; logo, nenhum poderia exercer um primado sobre os demais; (2) não haveria domínio de um sobre outro, o que também nos mostra que Pedro (ou qualquer outro) não poderia impor posições por caráter de suposta “infalibilidade”, pois estaria contradizendo Cristo; (3) nenhum teria autoridade sobre os outros, o que também contradiz o que a ICAR prega dizendo que Pedro mandava e desmandava nos demais com a sua “chave do céu”.
Isso tudo nos mostra, cada vez mais, o repúdio completo à doutrina antibiblica do primado de Pedro sobre os demais apóstolos e sobre toda a Igreja cristã primitiva. Pior ainda do que isso seria admitir que tal primado completamente absurdo pudesse ser passado de geração em geração. Se nem sequer o primado de Pedro existia, quanto mais a sua sucessão! O evangelho segundo Marcos mostra o mesmo fato nas seguintes palavras: “Mas eles se calaram, porque pelo caminho haviam discutido entre si qual deles era o maior. E ele, sentando-se, chamou os doze e lhes disse: se alguém quiser ser o primeiro, será o último de todos e o servo de todos” (Mc.9:34,35). Aqui nós vemos, mais uma vez, a ênfase de Cristo em ser fortemente contrário a alguém que pudesse “querer ser o primeiro”.
A ameaça contra essa falsa doutrina que poderia entrar dentro da igreja era tão forte ao ponto dele próprio concluir dizendo que este tal “seria o ÚLTIMO e SERVO de todos”! Será que alguém se habilitaria a “levantar a mão” e querer ser o PRIMEIRO??? Não, eu acho que não! Diante disso, temos duas únicas opções disponíveis: (1) Jesus mudou de opinião depois de perder tempo falando coisa que contraria a igreja católica, e passou a apoiar o primado de Pedro como sendo o primeiro dentre todos eles e o “príncipe dos apóstolos” como já cansamos de refutar aqui; ou (2) Jesus não mudou de ideia depois, mas o nosso papa Pedro decidiu por conta própria contrariar o que Cristo disse e se tornar o primeiro dentre eles exercendo uma primazia sobre todos os demais.
Como é tão óbvio que as duas alternativas são absurdas, segue-se o que o próprio Cristo disse: Não haveria um primado de um sobre o outro! Ninguém teria governo sobre outro, e nem autoridade sobre os demais (Lc.22:25)! A igreja cristã seria algo ecunêmico (como foi no próprio primeiro Concílio de Jerusalém), em que nenhuma “coluna” (Gl.2:9) ou “fundamento” (Ef.2:20) teria autoridade sobre outro. Isso explica o porquê de Paulo jamais ter feito menção em NENHUMA epístola sua de que estava sob a autoridade eclesiástica de Pedro ou de algum outro. Ao contrário, a sua única liderança eclesiástica era o “Supremo Pastor” (1Pe.5:4), não o tal do “papa”, mas Jesus Cristo! É digno de nota, também, que semelhantemente nenhum outro apóstolo deixou qualquer pista de submissão à liderança de Pedro.
O próprio Apocalipse, escrito por João décadas depois da Queda de Jerusalém, nada menciona com respeito a um suposto “corpo administrativo” centralizado sobre um papa como dirigente máximo ou “máximo pontífice”. As visões de João apenas referem-se a Jesus enviando cartas as igrejas da Ásia Menor (Ap.1-3), sem nenhuma ser considerada “católica” e nem “romana”, e em nenhuma dessas mensagens existe qualquer sugestão ou mesmo indicação de que tais congregações estivessem sob autoridade eclesiástica de uma direção externa, a não ser do próprio Senhor Jesus. O próprio apóstolo Paulo afirmou ser a igreja “edificada sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, tendo por pedra angular o próprio Cristo Jesus” (Ef.2:20).
Veja que Paulo, de maneira nenhuma, discrimina ser Pedro o mais importante. Ao contrário, o patamar de liderança eclesiástica continua sendo o mesmo já apresentado no quadro anterior. O rebanho é liderado pelos apóstolos e profetas, sem nenhuma pista de um outro cargo superior de liderança entre eles, mas, ao contrário, tendo o próprio Cristo como única pedra angular acima deles! O próprio Pedro não afirmou ser “pedra angular” nenhuma, mas, ao contrário, indica novamente Cristo como sendo a pedra angular, sobre a qual ele, tal como os demais cristãos, estavam edificados (ver 2Pedro 2:4-7). Isso deve-se ao fato de que “ninguém pode lançar outro fundamento, além do que foi posto, o qual é Jesus Cristo” (1Co.3:11).
Paulo novamente “se esquece” de fazer menção ao “importantíssimo” cargo infalível de liderança eclesiástica da parte de Pedro e nem julga que mereceria destaque como alguma “pedra” ou “fundamento” dentro da constituição da Igreja. Finalmente, guardei para o final a mais importante de todas as provas e evidências nas quais podemos observar. O Novo Testamento refere-se ao Antigo Testamento como sendo este uma “sombra daquilo que há de vir” (Hb.10:1), ou seja, ele está repleto de figuras proféticas que ganham “vida” e aplicação prática no Novo Testamento. O sacerdócio veterotestamentário é uma figura profética dos “pastores” que conduziriam o rebanho de Deus, enquanto o “sumo sacerdote” seria um “pastor dos pastores”, isto é, um pastor superior aos demais pastores.
Certo é que, se a cadeira do papa fosse fruto de uma ordenança divina, ela teria alguma figura do AT com uma aplicação prática no NT. Vamos pensar novamente: Os sacerdotes da antiga aliança eram uma figura dos sacerdotes (i.e, os líderes que conduzem o rebanho) do Novo Testamento, incluindo apóstolos, presbíteros, bispos, etc. Mas ainda temos um.... SUMO SACERDOTE! Veja que coisa maravilhosa, que fantástica oportunidade para os católicos afirmarem que o Sumo Sacerdote é uma figura profética do papa, o “Sumo Pontífice”! Isso caberia perfeitamente dentro da doutrina católica, uma vez que o SUMO sacerdote do AT assumiria basicamente os mesmos papéis que o papa assume dentro do catolicismo. Um é SUMO SACERDOTE; o outro é SUMO PONTÍFICE. Um é superior aos demais sacerdotes, o outro também é!
A semelhança é tão gritantemente forte, que a própria versão católica (Ave Maria, e outras) traduzem “Sumo Sacerdote” por “Sumo Pontífice” (Hb.8:3)! Que semelhança extraordinária! Deve ser isso! Finalmente – logo na conclusão deste estudo – encontramos uma base bíblica para o papado! O Sumo Pontífice do AT é uma figura do papa, o Sumo Pontífice dos católicos! Isso tudo parece estar se encaixando perfeitamente dentro dos dogmas do catolicismo, se não fosse um pequeno “probleminha” que..... PÁRA TUDO!!! O “Sumo Sacerdote” não é uma figura do PAPA, mas sim..... adivinhe só:
“...porque Deus o proclamou sacerdote segundo a ordem de Melquisedec” (Hb.5:10)
“onde Jesus entrou por nós como precursor, Pontífice eterno, segundo a ordem de Melquisedec” (Hb.6:20)
“O ponto essencial do que acabamos de dizer é este: temos um Sumo Sacerdote, que está sentado à direita do trono da Majestade divina nos céus” (Hb.8:1)
“Temos, portanto, um grande Sumo Sacerdote que penetrou nos céus, Jesus, Filho de Deus. Conservemos firme a nossa fé” (Hb.4:14)
“Porém, já veio Cristo, Sumo Sacerdote dos bens vindouros. E através de um tabernáculo mais excelente e mais perfeito, não construído por mãos humanas {isto é, não deste mundo}” (Hb.9:11)
“Porque não temos nele um pontífice incapaz de compadecer-se das nossas fraquezas. Ao contrário, passou pelas mesmas provações que nós, com exceção do pecado” (Hb.4:15)
“Portanto, irmãos santos, participantes da vocação que vos destina à herança do céu, considerai o mensageiro e pontífice da fé que professamos, Jesus” (Hb.3;1)
“Tal é, com efeito, o Pontífice que nos convinha: santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores e elevado além dos céus“ (Hb.7:26)
“E não entrou para se oferecer muitas vezes a si mesmo, como o pontífice que entrava todos os anos no santuário para oferecer sangue alheio” (Hb.9:25)
“...e por isso convinha que ele se tornasse em tudo semelhante aos seus irmãos, para ser um pontífice compassivo e fiel no serviço de Deus, capaz de expiar os pecados do povo” (Hb.2:17)
“E dado que temos um Sumo-sacerdote estabelecido sobre a casa de Deus” (Hb.10:21)
“Ao nosso Sumo Sacerdote, entretanto, compete ministério tanto mais excelente quanto ele é mediador de uma aliança mais perfeita, selada por melhores promessas” (Hb.8:6)
“E, quando aparecer o supremo Pastor, recebereis a coroa imperecível de glória” (1Pe.5:4)
O amigo católico que deve estar lendo estes versos passados acima, por maior que seja o tamanho do “véu espiritual” (2Co.4:4), é COMPLETAMENTE IMPOSSÍVEL de negar que esse SUMO PONTÍFICE (fiz questão de pegar a versão católica para ajudar um pouco, é claro) NÃO É O PAPA NÃO..... MAS CRISTO!!! Ora, como é que pode uma coisa dessas? O Sumo Pontífice não é o papa? Onde está então o cardeal Karol Wojtyla? Simplesmente, tomando o lugar de Cristo! Realmente existe uma aplicação prática para a figura veterotestamentária para o “sumo sacerdote” (ou “sumo pontífice”), mas essa não é ao papa, mas sim a Jesus!!! Jesus é o nosso único Sumo Pontífice!!! Glória a Deus!!! É “Cristo, o Sumo Sacerdote” (Hb.11:9), o “Pontífice eterno” (Hb.6:20) a quem professamos. Não apenas o papa não existe na Bíblia, como também toma o lugar de Jesus!
A figura que o NT aplica a Jesus, o nosso Sumo Pontífice, a Igreja Católica Romana tem a ousadia e a vergonha na cara de atribuir ao PAPA!!! Portanto, podemos ver que, além do papa não possuir NENHUMA figura veterotestamentária de apoio e de não ser NUNCA mencionado no NT, ele ainda está “assentado como rainha” (Ap.18:7) no lugar onde deveria estar, no coração dos cristãos, apenas aquele “que é, que era e que há de vir” (Ap.1:4), o “sumo sacerdote da nossa confissão” (Hb.3:1), o “Rei dos reis e Senhor dos senhores” (1Tm.6:15), o Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, o mesmo “ontem, hoje e eternamente” (Hb.13:8), para quem nós “vivemos, nos movemos e existimos” (At.17:28), porque “dele, por ele e para ele são todas as coisas” (Rm.11:36), a fim de que “no céu, na terra e debaixo da terra todo joelho se dobre e toda a língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai” (Fp.2:10,11). Aleluia!!!
Concluímos este estudo, não apenas conferindo que Pedro nunca foi papa e muito menos em Roma, como também desmascarando os mitos e as lendas anunciadas pela Igreja Romana, a fim de “torcer a verdade para atrair os discípulos” (At.20:30). O papa não apenas NÃO EXISTE BIBLICAMENTE, como também está tomando o lugar de Cristo. É Cristo o nosso Sumo Pontífice, é Jesus o nosso Sumo Sacerdote estabelecido sobre toda a casa de Deus, e não o papa! Qualquer pessoa honesta e de bom senso conclui que é absolutamente impossível conciliar as lendas romanas com o que a Bíblia nos mostra e nos adverte.
Quanto mais lemos a Bíblia, mais nós ficamos longe do paganismo Católico Romano que durante séculos sob o poder matou, torturou, queimou e assassinou milhões de milhões de inocentes que morreram a favor do “evangelho puro e sincero de devoção unicamente a Cristo” (2Co.11:2,3), evangelho esse abandonado pela igreja católica, que preferiu queimar os inocentes a se desviar de seus maus caminhos. Essa definitivamente não é a tal “igreja gloriosa, sem mancha nem ruga ou coisa semelhante, mas santa e inculpável” (Ef.5:27), de que Paulo falava, precisamente porque sujou as suas mãos (e o corpo todo) de sangue, mas, para a glória dos filhos de Deus, “poderoso é o Senhor que a julga” (Ap.18:8). Aleluia!
O caro leitor, amigo católico ou protestante, ou de qualquer outra fé, poderá analisar honestamente entre o que o achismo e a lenda católica afirmam em detrimento do que aqui foi exposto de acordo com um estudo aprofundado dentro das Sagradas Escrituras. Como vimos, Pedro nunca exerceu um primado sobre os demais, jamais sendo o “príncipe dos apóstolos”, e jamais poderia imaginar o que os católicos fariam com ele séculos mais tarde, o colocando em um lugar aonde ele não estava e com um poder que ele não detinha! Paulo também não teria perdido tão grande opurtunidade de saudar o seu grande amigo papa na ocasião em que escrevia saudações aos romanos que lá se encontravam, saudando-os nominalmente ().
Também não deixaria de fazer menção dele nas suas epístolas escritas em Roma, na época em que a lenda católica afirma que ele estava absoluto no poder de Roma. Também concluímos este estudo sem conseguir descobrir como é que Pedro conseguiu escapar das autordades romanas quando elas expulsaram TODOS os judeus de Roma durante trezes anos (At.18:2). Este verdadeiro mistério a ser desvendado pode ser mais complicado para os católicos do que parece ser a primeira vista, porque, se Pedro esteve realmente em Roma antes de sua morte, então ele não apenas conseguiu enganar todo o Império Romano, como também enganou o próprio Lucas (não este que aqui escreve, mas sim o escritor de Atos que conta grande parte da História da Igreja Primitiva) que passa totalmente despercebido de qualquer liderança infalível atuando em Roma.
Aliás, vimos também que os próprios romanos sentiam a falta de uma liderança eclesiástica forte atuando por lá, o que fica muito mais evidente no próprio relato do final de Atos (cap.28) em que eles precisavam de informações sobre essa tal “seita” chamada “cristã” (At.28:23-25). Isso definitivamente não aconteceria caso fosse Roma exatamente a sede episcopal, centro do Cristianismo, e a morada do papa! Enfim, os argumentos são tantos que seria necessário dezenas de dezenas de livros impressos e um material que esgotaria os limites de escopo deste artigo; contudo, aqui tentei passar as principais provas e evidências de que Pedro era um mágico fantástico, que passava por cima das autoridades romanas e que tinha dons de invisibilidade, além de ser um “007” do século primeiro d.C que conseguia com grande perfeição passar totalmente despercebido até mesmo pelo apóstolo Paulo e por todos os outros escritores bíblicos.
Esse Pedro em Roma – ingónito, invisível – era exatamente o apóstolo aos circuncisos (i.e, aos judeus) embora estivesse em Roma. Ou seja, ele estava em Roma e não pregava aos romanos. Ainda que Pedro estivesse em Roma disfarçado, seria difícil conciliar que Paulo repreendesse o papa e dissesse que ele não seguia o evangelho, mas sim a hipocrisia. Além desse exemplo de insubmissão a um líder eclesiástico infalível, ele ainda diz que o próprio papa agia com hipocrisia, além do medo natural de Pedro para com os da parte de Tiago. Esse papa diferente, que atuava em Roma disfarçado de alguma outra pessoa na qual infelizmente também não conhecemos, também conseguiu ser desconhecido pelos judeus que consideravam Paulo como sendo o líder dentre os cristãos (At.24:5,6).
Claro, porque Pedro estava cumprindo MUITO, MUITO BEM a sua missão secreta em Roma. O que prefere acreditar na lenda ao invés da lógica, da Bíblia, do bom senso e do discernimento, também teria que subsistituir Cristo, o nosso único Sumo Pontífice, por uma autoridade humana pecadora, mas que se assenta com “autoridade” sobre uma multidão de povos que ainda permanecem no engano, no erro e na mentira, preferindo admitir como Sumo Pontífice alguém que eles chamam de “Papa”: O Usurpador Máximo, que toma o lugar de Cristo, o nosso eterno Sumo Sacerdote! Depois de lerem este artigo, os católicos com um mínimo de ceticismo com relação ao mito terá que finalmente subsituir a tal “Cadeira de São Pedro” por uma “Cadeira de algum outro”.
“Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências; E desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas” (2 Timóteo 4:3-4)
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Por: Lucas Banzoli.